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As palavras do pai e mãe de João Emanuel

29/03/2021 - 14h07min

Atualizada em 30/03/2021 - 10h36min

Momento durante a live gincaneira da última sexta-feira em que os pais de João anunciam a obtenção do valor (Crédito: Reprodução)

“Queria agradecer a Deus por colocar estes voluntários no nosso caminho”

 

Lindolfo Collor – Desde o final do ano passado, graças à adesão de centenas de novos voluntários, João foi ficando cada vez mais próximo do objetivo. E, na região, não foram poucas as ações em prol do menino. O próprio Diário criou uma promoção em prol dele, em que cada pessoa que doasse R$ 32 a João e enviasse ao jornal o comprovante ganhava um mês de assinatura.

Os pais de João eram só alegria na manhã de sábado, 27. Ainda pouco afeitos à novidade tão aguardada, ambos receberam a reportagem com todos os cuidados, em razão da pandemia e da saúde frágil do filho. “Eu acredito em Deus. Sem ele a gente não estaria aqui. Queria agradecer a Ele por colocar estas pessoas no nosso caminho”, afirmou Édio Schropfer.

O pai, que trabalha no curtume A.Bühler, de Ivoti, e a mãe de João, tiveram de deixar os empregos para cuidar integralmente do menino. Contudo, Édio disse que a empresa garantiu que ele não será demitido. “Tem gente que perdeu o emprego e gente que tirou zero na prova para ajudar o João. Aí eu dizia: ‘não façam isso’. E diziam: ‘mas isso depois a gente recupera. Tudo em prol dele’”.

Internações e Justiça contrária: campanha teve momentos tensos

A campanha teve momentos de grande angústia. Com quatro meses de idade, João foi internado no Hospital de Clínicas, em Porto Alegre por conta de uma crise respiratória, e foi aí que a família descobriu o diagnóstico de AME, em janeiro de 2020. O menino teve diversas idas e vindas da unidade de saúde, e também chegou a ser internado no Regina, em Novo Hamburgo.

No dia 13 de fevereiro deste ano, João teve uma piora significativa na saturação de oxigênio, que chegou a 5% (valores abaixo de 96% já requerem atenção) e nos batimentos cardíacos, que foram a 20 por minuto. Ele foi encaminhado à UTI do Clínicas, onde realiza acompanhamento médico. João recebeu alta da UTI quatro dias depois.

No mesmo dia, quando a campanha ainda tinha por volta de R$ 7 milhões em doações, outro baque: a Justiça negou que o governo federal depositasse à família de João o valor restante necessário para compra do Zolgensma. A família recorreu e o processo ainda corre no Tribunal Regional Federal (TRF4), em Porto Alegre.

Porém, neste momento, com o valor total obtido, o sentimento é o de que o processo não tem mais razão de acontecer. Os familiares de João esperavam que a Justiça aceitasse os argumentos dos advogados do menino, assim como fizeram, por exemplo, com o menino Enzo Gabriel, de Novo Hamburgo, que obteve recentemente a complementação do Ministério da Saúde pela via judicial.

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