Geral
Associado se manifesta sobre o prejuizo de R$ 60 milhões da Piá
*Espaço do leitor: Paulo Werle (Santa Maria do Herval)
“A entrevista concedida pelo atual presidente Jeferson Smaniotto (ao Diário) escancara alguns dos problemas que a cooperativa enfrenta, e deixa muito claro que esta diretoria não apresenta propostas de solução viáveis. Como sócio desta cooperativa de longa data, vejo com imensa preocupação a atuação da atual diretoria, iniciando pelo fato de se negar a realizar assembléias presenciais, insistindo em virtuais, o que é um absurdo para uma cooperativa de produtores rurais que tem acesso limitado à tecnologia e ferramentas digitais. Todas as tentativas de demover esta diretoria desta atitude absurda foram frustradas, como bem exemplifica o ataque feito ao prefeito Jorge Darlei Wolf onde se ataca o mensageiro, mas não se esclarece o real problema. O resultado desta prática absurda é o afastamento dos associados, pois fica mais do que evidente que esta diretoria não quer o diálogo aberto e transparente, com efetivo enfrentamento dos problemas que afetam a cooperativa.
Dado o fato de que o estatuto (modificado pela atual presidência em 2017) permite fazer assembleias com somente 10 sócios participantes, decisões absurdas são aprovadas por este mecanismo.
Quanto ao resultado negativo apresentado de R$ 62,6 milhões, ele é consequência óbvia da atuação desta diretoria, que tenta manter operando (com todos os seus custos fixos) uma rede de supermercados com as prateleiras praáticamente vazias. Esta situação faz com que qualquer consumidor de bom senso evite perder seu tempo tentando comprar produtos de um supermercado altamente incompetente e incapaz de sustentar a oferta de produtos por falta absoluta de recursos financeiros.
Se efetivamente quisesse reduzir os prejuízos, esta diretoria já deveria ter arrendado os supermercados próprios a alguma rede competente no ramo, e desta forma, parar a sangria do desperdício de recursos da cooperativa.
Ainda que o Sr. Smaniotto afirme que sua prioridade seria a Agropiá, o problema da falta de produtos básicos para os produtores provoca o mesmo problema de forçar os associados a procurar fornecedores alternativos para conseguir manter seus rebanhos.
Fica óbvio o absoluto contra-senso da medida salvadora apresentada de “recuperar o volume de leite”, pois as ações reais da diretoria estão afugentando os poucos produtores remanescentes.
A afirmação do Sr. Smaniotto de que os prejuízos não tem impacto para os associados está em contradição com o parágrafo único do Art. 45 do Estatuto em vigor, que determina que os prejuízos são rateados entre os associados, após esgotar o fundo de reserva. Há portanto, sério risco para os associados, ao se manter esta diretoria ativa, explicando a urgência de medidas protetivas.
A alegação de que a Piá “ainda tem muito valor em bens” é um indicativo da pouca noção administrativa desta diretoria, pois ao ritmo de destruição de valor de R$ 62,6 milhões ao ano, os 224 milhões de imóveis estarão liquidados em 3 anos (parte já está comprometida).
Dada a entrevista coletiva publicada em 27.03.2022, como associado desta cooperativa, me vejo obrigado a esta manifestação de alerta, dada a quantidade enorme de desinformação, conforme mostrado acima”.
Paulo Werle
Produtor associado, Santa Maria do Herval