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Baixaria em Lindolfo Collor: confraternização entre vereadores e vice-prefeito termina em empurrões, socos e acidente de trânsito

24/05/2024 - 08h58min

Atualizada em 24/05/2024 - 09h57min

Após o embate e agressões aconteceu um acidente de trânsito entre Alcírio e Gilnei

Após uma tranquila e corriqueira sessão da Câmara de Vereadores, a noite terminou em troca de acusações, discussões, empurrões, socos e até em acidente de trânsito na quarta-feira. Pior do que isso, toda a confusão envolveu a elite do Executivo e Legislativo municipal.

Tudo iniciou com um jantar em uma lancheria do município, nas imediações da Câmara, que era para ser apenas uma confraternização entre os vereadores. Durante o jantar, o vereador Ademir Vieira – principal opositor ao prefeito Gaspar Behne na Câmara – se desentendeu com o também vereador Alcirio Wiedthauger – que tem sido líder do governo e braço direito do prefeito. Tanto um lado quando o outro, apontam o outro como causador da discussão.

Em um primeiro momento, o presidente do Legislativo Municipal, José Seidel (Salgadinho), conseguiu apaziguar os ânimos. A alegação era de que o encontro, que contava com a presença de empresários, não tinha intuito de se tornar um debate político. Conforme informações, além do jantar, houve a ingestão de bebida alcoólica.

Após a saída de Salgadinho, o clima voltou a esquentar entre os dois parlamentares que têm sido protagonistas na oposição e defesa do atual governo: Vieira e Wiedthauger. Presente no evento, o vice-prefeito Gilnei Prass também entrou na discussão. De ambos os lados, troca de acusações de perseguição, ou mesmo de corrupção, foram ditas na presença de outros vereadores e empresários.

Sem paciência

De acordo com o opositor, consternado pelas coisas ditas e respondidas pelos colegas políticos, Vieira teria perdido a paciência e chamado Wiedthauger para a briga. Esta parte é negada pelo vereador da situação, que não confirma envolvimento na briga.

Informações apuradas pelo Diário revelam que, em determinado momento, Vieira trocou empurrões e foi às vias de fato com Wiedthauger e Prass. Após a chegada da “turma do deixa disso”, Vieira permaneceu na lancheria enquanto o colega vereador e Prass deixaram o ambiente.

Neste momento, outro vereador que acompanhava tudo de perto, Wesley Erhart, tomou as dores do vice-prefeito e do colega de situação e uma nova discussão se iniciou. Vieira teria, então empurrado Erhart, que reagiu com um soco.

Enquanto isso, no lado de fora, Wiedthauger e Prass entraram em seus carros e saíram do local. Há relatos de que o vereador tenha, inclusive, arrancado bruscamente seu veículo. No meio do caminho, por situações ainda não esclarecidas, os dois parceiros políticos se envolveram em um acidente de trânsito, com o vereador colidindo na traseira do vice-prefeito. Apesar dos danos materiais em decorrência do forte impacto da colisão, os dois não se feriram.

“Eles me provocaram”, afirma Vieira

Ouvido pela reportagem do Diário, Ademir Vieira confirmou o envolvimento na briga registrada na noite de quarta-feira. Conforme o vereador, seu intuito era participar do jantar sem entrar em debates políticos, já que ele vem tendo discussões e divergências acaloradas nas próprias sessões nos últimos meses.

Entretanto, conforme Vieira, ele foi provocado, principalmente, por Wiedthauger. “Eles me provocaram. Queriam fazer politicagem e repreender o que eu falo na tribuna. O Salgadinho estava lá e apaziguou, mas, depois que ele saiu, eles voltaram a provocar, daí eu não me aguentei”, conta.

Ainda conforme Vieira, as agressões foram desferidas de todos os lados. “Eram dois contra um. Eu me defendi. Depois que eles saíram, o Wesley me deu um soco. Mas eu não queria (a briga), já falei para eles que, nestas jantas, não quero falar sobre política”, conclui.

“Eu não tava junto”, diz Wiedthauger

Questionado sobre a polêmica, Alcírio Wiedthauger preferiu desconversar e negar envolvimento. Perguntado se discutiu com Vieira, ele respondeu com a negativa. “Não, eu não. O Wesley e o Gilnei só. O Ademir (Vieira) estava meio alterado, mas (foi tudo) bem tranquilo”, disse.

Mesmo com a insistência na pergunta, ele continuou negando o envolvimento e a troca de empurrões – ou algo mais – com Vieira. “Eu não estava junto. Eu estava no carro, estava indo embora. Parece que o Wesley (Erhart) bateu no Ademir”, disse.

Em relação ao que teria sido dito então, antes da briga, Wiedthauger afirma que a Prefeitura foi vítima de acusações de Vieira. “Ele acusou a administração, disse que (a Prefeitura) roubou dinheiro. Que o salário de Gilnei (Prass, vice-prefeito), no mês passado, era muito alto, mas é que ele assumiu como prefeito, daí, lógico, o salário dele aumenta. Mas ele (Vieira), disse que tinham sido cobradas muitas diárias e que tinha sido roubado dinheiro na festa do município”, relatou Wiedthauger, além de apontar uma série de outras supostas ilações que teriam sido ditas pelo adversário político.

O vereador preferiu não comentar o acidente com o vice-prefeito e apenas disse que não teve relação com a confusão.

“Ele colocou o dedo na minha cara”, argumenta Erhart

Outro personagem envolvido na confusão, o vereador Wesley Erhart, afirmou que a briga entre os dois, que ocorreu após a saída de Wiedthauger e Prass, foi provocada por Vieira. “Ele colocou o dedo na minha cara e me deu um empurrão, daí revidei (com um soco)”, afirma ao mostrar os dedos da mão direita machucados.

Em relação à motivação, Erhart disse apenas que Vieira “falou umas bobagens”.

“O Ademir me empurrou”, relata Gilnei

Na mesma linha dos políticos da situação, Gilnei Prass também argumenta que foi provocado por Vieira durante as discussões. “O Ademir me empurrou e provocou. Fez falsas acusações, aí deixei ele falando sozinho. Dei as costas pra ele e saí”, disse.

O vice-prefeito também preferiu não comentar sobre o acidente.

Prefeito defende os parceiros políticos

Em nome da Administração Municipal, o prefeito Gaspar Behne também falou sobre a confusão. “O Ademir fica só atacando a Prefeitura e colocando a comunidade contra nós. Ele está passando dos limites. Eu não me conformo com essas falsas acusações. Ele se diz oposição mas tem que trabalhar pela comunidade”, afirma.

“Ali no Pedras de Areia (parte interditada do bairro por risco de deslizamento), ele (Vieira) disse que não teria perigo e que as pessoas poderiam voltar para casa. Mas tem uma grande pedra que pesa toneladas e que pode cair sobre mais de 10 casas, além de uma rachadura de 12 metros de comprimento e 40 centímetros largura”, disse.

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