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Café do Editor: O culpado pelo fogo nos presídios é o Estado

18/04/2018 - 08h21min

Atualizada em 18/04/2018 - 08h27min

Primeiro, os presos botaram fogo no presídio de Osório, Carazinho e depois no presídio novo de Canoas. Como na maioria deles, os presos estavam no semiaberto e só iam dormir lá, como o presídio incendiou, foram liberados para dormir em casa.

É claro que a mamata se espalhou e aí os presos botaram fogo em outros 10 presídios do Estado. Além do crime, ganhavam na loteria, pois poderiam dormir em casa, ou seja, ficar fora da prisão. E um chuveiro quente e um bom colchão na própria casa deve ser melhor que o banho e a cama da prisão, não é?

Pois é, de quem é a culpa? Da falta de educação do povo? Da falta de presídios? Dos presos? Dos juízes? Não, a culpa é do Estado, pois em vez de punir quem toca fogo no presídio, dá o salvo conduto para ficarem em liberdade.

Comentamos os tópicos abaixo na coluna de terça, no impresso, e, por coincidência, o debate ao longo do dia na Rádio Gaúcha foi justamente este: fogo nos presídios. Então, a Secretaria da Segurança do Governo Sartori e outros órgãos resolveu agir: agora quem coloca fogo em presídio não ficará em liberdade, será transferido para outro presídio. Menos mal. Demorou! Agora é preciso responsabilizar criminalmente os incendiários e também fazê-los trabalhar para pagar a despesa da reforma.

Bem, aí já seria pedir demais!

(Abaixo, o comentário divulgado terça) 

FOGO NOS PRESÍDIOS

Botaram fogo no presídio de Osório, Carazinho, no de Canoas e mais uma dezena de presídios, albergues prisionais e outros. Sabe por que isso acontece? Será que tudo não começa porque em vez de chamar de “presídio”, de “cadeia” e de “xilindró”, agora tem que chamar de “instituto penal”, de “albergue” e por aí vai? Claro que nem sempre tudo quer dizer a mesma coisa, mas fico perguntando por que em vez de chamar o preso de “preso”, agora tem que chamar “detento”, “apenado”, “socializando” ou algo do tipo? Sinceramente, se o cara tem cura, se pode deixar de ser bandido e virar trabalhador, por mim, podem chamar até de “anjinho”. Mas acredito que este enfoque que dão hoje em dia para as coisas pode ser um pedacinho do problema. Aliás, se um policial morrer, é mais um na estatística, nada mais. Mas se ele matar um bandido ficará preso no batalhão, entregará as armas e ficará uma década tendo que se explicar. Queria ver se tivessem que ficar no regime 100% fechados quando incendeiam os “albergues” e se tivessem que trabalhar para pagar o prejuízo! Certamente as coisas seriam diferentes! É muito direito para pouco dever!

FAVELA

Esta história é a mesma que diz estar errado chamar favela de “favela”, agora é “comunidade”. Muito bom! Mas o problema está no nome “favela ou comunidade” ou na falta de investimento, policiamento e condições de vida para os moradores? Se o Poder Público investisse lá, poderia ser favela, comunidade ou qualquer nome, que ninguém acharia ruim.

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