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Carro de Marlise indica o que pode ter acontecido em Picada Café
Picada Café – Foram quase 40 horas de angústia até a confirmação do pior. Maria Marlise Schons, de 47 anos, que estava desaparecido desde a noite de sábado, 4, por volta das 19 horas, foi encontrado sem vida na manhã de ontem, 6, preso a árvores nas margens do Rio Cadeia. Marlise havia saído de sua casa, na localidade de Passo Fundo Eck, quase no limite com o Pinhal Alto, em Nova Petrópolis, para ir visitar o namorado, que mora em Joaneta. Porém, ela nunca chegou ao seu destino. Ao passar pela “ponte” do Arroio Macaquinho, seu carro foi levado pelas águas que transbordavam às margens e que lhe tirou a vida.
As buscas só tiveram início na manhã de domingo, 5, depois que o namorado foi à casa de Marlise procurar por ela, uma vez que ela não fazia contato desde a noite anterior, e notou o desaparecimento. A hipótese de que ela e seu carro, um Volkswagen Fox azul metálico, haviam sido levadas pelo arroio surgiu logo, uma vez que uma parte da sinaleira do veículo foi encontrada presa em árvores assim que os vestígios começaram a ser investigados.
Os Bombeiros Voluntários de Picada Café imediatamente começaram as buscas juntamente com familiares e a comunidade em geral. Também se juntaram ao resgate bombeiros de Nova Petrópolis, Dois Irmãos, Igrejinha, Nova Hartz, Três Coroas, Bombeiros Civis de Picada Café, e Bombeiros Militares do 2º Batalhão, especializados neste tipo de busca. Durante a tarde, o automóvel foi encontrado praticamente submerso no Rio Cadeia, onde o arroio deságua, cerca de 800 metros distantes do local de onde foi levado. O veículo estava virado de cabeça para baixo, mas Marlise não estava nele.
Corpo encontrado
Na manhã de segunda-feira, 6, as equipes se dividiram e retomaram as buscas por Marlise. O Capitão Franco comandou a equipe da Defesa Civil do RS que contou com três grupos especializados em salvamentos em locais de difícil acesso. Uma dessas equipes era a Força de Resposta Rápida (FR2). “Nestes casos a gente atua em três frentes. Duas por terra, dos dois lados do leito do rio, e uma pela água, em um bote. Foi essa que localizou a vítima que estava presa em árvores”, frisou.
Eram por volta das 9h35 quando os socorristas notaram algo preso a um troco na água, em local que a água já havia baixado bastante, na altura da rua João Sander Sobrinho, próximo ao acesso principal ao Jammerthal. O bote que fazia as buscas pela água foi ao local e deixou um dos bombeiros militares junto ao tronco. A correnteza ainda era forte e não era possível parar no local. Constatado que era o corpo da vítima, a remoção das águas foi feita e o Instituto Geral de Perícias, de Caxias do Sul, foi acionado e o corpo removido no início da tarde. O delegado da Polícia Civil, Fábio Idalgo Peres, também compareceu ao local.
Hipótese do que aconteceu
De acordo com o comandante dos Bombeiros Voluntários de Picada Café, Vilson Koch, acredita-se que Marlise tenha tentado sair do carro ainda na ponte sobre o Arroio Macaquinho. “Nós encontramos o carro com o freio de mão puxado, a chave na ignição desligada e o cinto destravado. Então acreditamos que ela achou possível atravessar, mas o carro acabou apagando. Sem conseguir ir para frente ou para trás, puxou o freio de mão, desligou o carro e tentou sair”, comenta.
A vítima então pode ter tentado sair do veículo e na hora acabou sendo levada pela correnteza, assim como o seu carro posteriormente. Ou, até mesmo, automóvel e motorista foram levados ao mesmo tempo e, em seguida, ela buscou salvar a própria vida tentando deixar o carro.
Lamentações
Nas redes sociais, familiares e amigos expressaram suas tristezas e prestaram homenagens: “Você irá permanecer pra sempre em minhas lembranças e em meu coração. Te amo prima!”, disse Liane Schons. “Uma perda irreparável”, comentou Antonio Schons. “Queria que não fosse verdade, mas se Deus chama não tem como ser diferente. Descanse em paz”, postou Vera Lucia Staudt.
Ex-colegas de trabalho, que foram seus companheiros na Coopershoes, também lamentaram. “Que Deus console os corações de todos familiares e amigos. Querida Marlise sempre alegre e disposta, assim guardarei sua lembrança do tempo de Coopershoes”, escreveu Verce Carvalho.
Marlise deixa uma filha.