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Casal de Ivoti viaja ao “fim do mundo” e volta para contar a história

07/05/2019 - 11h44min

Atualizada em 08/05/2019 - 10h36min

Ivoti – Deixar quase tudo para trás e colocar o pé na estrada é provavelmente o principal sonho de muita gente. A atitude pode incendiar a imaginação de quem vive a rotina diária, mas imagine sair dela, pegar o carro e partir rumo a uma viagem sem itinerário definido e sem data para voltar?

Foi o que fez o casal de namorados ivotienses Anderson Luis Nunes e Monique Arnhold. Ele, representante comercial e estudante de Fotografia, e ela professora da rede pública. Ambos atualmente vivem em Estância Velha.

No ano passado, o casal equipou uma van e partiu da Encosta da Serra rumo a Ushuaia, cidade na Argentina considerada o ponto mais ao sul da América do Sul. O objetivo era realizar um antigo desejo. Foram 5 mil quilômetros percorridos por meio do Projeto RioSul.

Anderson e Monique viajaram até Ushuaia, no sul da Argentina (Créditos: Arquivo pessoal)

A iniciativa recebeu este nome pois em um teste anterior, o casal visitou quase todos os municípios gaúchos, e também já havia ido a outros lugares, como o Peru. Porém, terminadas estas aventuras, o desejo de ir mais longe ainda permanecia.

Não faltou ousadia na proposta de viajar até o “fim do mundo”. O planejamento da viagem levou seis meses e foi feito por conta própria. De volta a Ivoti, Anderson contou sua experiência à reportagem do Diário.

Viagem até o “fim do mundo” levou seis dias e cinco mil quilômetros (Créditos: Arquivo pessoal)

Problemas

“A maior dificuldade é sempre dar o primeiro passo no projeto. Quanto você idealiza, ele começa a andar, mas o fato de um dia acordar e decidir isso, é uma série de medos”, afirma ele. Dos seis dias percorridos até o sul da América, ele conta que em quatro, o veículo teve problemas. “A sorte é que conseguimos sempre estar próximos a locais onde havia socorro”.

Outra questão inicial foi o idioma. Porém, o problema foi superado para ambos em razão da convivência com as demais culturas. “Quando você está em outro local, acaba se adaptando. Algo que você levaria seis meses para aprender fora do Brasil, demora duas semanas lá”, diz Anderson.

Anderson e Monique, assim, puderam ver paisagens deslumbrantes a cada dia, e cada ponto mais ao sul transformava os campos e prados em extensas geleiras. A graduação cursada por ele também ajudou no processo, e eles puderam registrar belas imagens ao longo da viagem, como algumas que ilustram esta reportagem.

Anderson, já de volta a Ivoti, com a van utilizada na viagem (Créditos: Felipe Faleiro)

Culturas diferentes, mesmos anseios

Em uma ocasião, no interior da Argentina, o casal ofereceu carona a idosos, que acabaram se tornando amigos dos viajantes. Para Anderson, atitudes como esta são gestos de afeto, e mesmo tão longe, fazem a experiência valer a pena.

“Vivemos em culturas muito diferentes, mas você acaba percebendo, ao conversar com eles, que todos têm anseios e problemas bastante parecidos. Isto aproxima”, relata. A viagem dos ivotienses serviu também para inspirar amigos a desenvolverem ideias parecidas de explorar o continente, embora não tão ousadas.

De uma simples curiosidade, o representante comercial conta que não quer parar. O momento atual é de pausa. “O projeto certamente não acaba aqui. Mas queremos conhecer os cinco continentes”, diz ele.

A experiência também abriu a mente de ambos para novas oportunidades. Conforme Anderson, o Universo “conspira a favor” de quem se permite estar disposto a aprender. “A gente acordava de manhã e não sabia o que ia acontecer, onde íamos dormir. Antes de chegarmos em uma cidade, procurávamos saber antes sobre ela. A tecnologia é uma aliada neste processo”, encerra ele.

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