Católico completa, em Nova Petrópolis, marca histórica em sua peregrinação

Nova Petrópolis – Ladir Prusch é um motociclista de 55 anos, morador de Taquara, no Vale do Paranhana. Católico praticante, há quase seis anos ele decidiu iniciar uma nova aventura: conhecer o máximo de igrejas possíveis e, de cada uma, levar um pedacinho delas para casa. No último sábado, 9, visitou Nova Petrópolis para celebrar um número histórico. Na comunidade de São Jacó, ele chegou à sua igreja de número 350.

Natural da localidade de Gramado, próximo a Chopinzinho no Paraná, o viajante frequenta igrejas desde pequeno. Mas foi em 2016 que resolveu contar e catalogar cada uma delas. No dia 10 de setembro daquele ano visitou a Igreja de Nossa Senhora das Lágrimas, no interior de Santo Antônio da Patrulha. Lá, ele entrou, rezou, e do lado de fora, buscou uma pedra como lembrança. E desde então, tem feito isso por onde passa. Cada pedra, vai para um saquinho etiquetado e levado para casa, onde ele construiu nos fundos do pátio, uma gruta subterrânea para Nossa Senhora Aparecida.

No ano passado, em 23 de janeiro, veio para Nova Petrópolis completar sua igreja de número 300. A escolhida foi a Paróquia São Lourenço Mártir, em Linha Imperial. Na volta, passou pelo Pinhal Alto e rumou em direção a Picada Café para conhecer novas igrejas do interior. E agora, pouco mais de um ano depois, retornou ao município para registrar 350ª pedra e igreja visitada.

(Créd.: Dário Gonçalves)

“Um lugar lindo”

Ladir ficou encantado ao passar pelas estradas de chão em meio à natureza e se deparar de frente com a barragem Santa Isabel, que transbordava água. Ao chegar no alto da comunidade e encontrar a igreja de São Jacó, se emocionou. “Que lugar lindo, calmo, cheio de paz”, disse. A igreja, construída há mais de um século, em 1903, em estilo enxaimel, fica ao lado de um pequeno cemitério e do salão da comunidade. Do outro lado da rua, há um campo de futebol e uma ampla visão dos vales.

Pedra de número 350 (Créd.: Dário Gonçalves)

Infelizmente, a igreja estava fechada, mas não foi problema. O ritual se fez assim mesmo. Ladir rezou e, no caminho entre a igreja e o muro do cemitério, abaixou-se e pegou uma pedra. Nenhuma em especial, sem escolha ou cerimônia. Apenas a pegou e guardou no saquinho já etiquetado. “Essa eu já escrevi antes de sair de casa, porque sabia para onde vinha. Caso contrário, eu escrevo na hora”, explicou.

Pedra de número 350 (Créd.: Dário Gonçalves)

Viagem dos sonhos

Entre os dias 16 e 23 de dezembro de 2021, Ladir fez o que ele mesmo considerou a sua viagem dos sonhos. Saindo de Taquara, foi até Seberi, no norte do Estado, onde visitou amigos e parentes. Passou por Frederico Westphalen e de lá seguiu para Chopinzinho e sua terra natal, no Paraná. Depois, pilotou para Curitiba e retornou para casa. “Nesta viagem, visitei 24 igrejas e tive a graça de conhecer as catedrais de Frederico e de Curitiba. Em todas as igrejas, faço minhas orações e sempre tiro foto. Recolho uma pequena pedra e faço a doação de um terço para uma pessoa que estiver no pátio”, conta.

Ao todo, além das 350 igrejas visitadas, são 26.575 quilômetros percorridos de moto, e mais 6.050 de carro, passando pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.