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Conheça o trabalho do ivotiense que foi voluntário em Brumadinho

08/02/2019 - 13h52min

Atualizada em 08/02/2019 - 15h01min

Ivoti – Reginaldo Pereira Aranda Neto é um policial federal aposentado de 63 anos e mora há 10 anos em Ivoti. O dia 25 de janeiro era para ser mais uma sexta-feira normal em sua casa. Porém, uma ligação na parte da tarde mudou a sua rotina e a de Maique, um cão farejador.

No telefone, direto da Espanha, o presidente da ONG K-9 Creixell lhe deu a notícia: uma barragem da Vale rompeu em Brumadinho, cidade de Minas Gerais. A ONG poderia ser convocada para trabalhar.

No sábado, dia 26, o convite ao grupo chegou oficialmente: era da Procuradoria-Geral do Estado de Minas Gerais. Aranda, seu cachorro Maique e mais brasileiros com seus cachorros foram para Brumadinho. Chegaram no domingo e esperaram os outros integrantes da equipe. A missão deles era clara: cães farejadores deveriam encontrar corpos na lama após o rompimento da barragem.

TRABALHO EM BRUMADINHO

Foram cinco dias em Brumadinho. O grupo começou na segunda-feira, dia 28 e terminou na sexta-feira, dia 1º de fevereiro. O trabalho foi feito em equipe: nove pessoas e oito cães, das sete da manhã às 19h. “O cão vai solto, sem coleira. Tínhamos um que buscava pessoas vivas, mas ele não foi utilizado. Trabalhamos só em busca de corpos: eles (cães) encontravam, a gente sinalizava e uma outra equipe fazia o resgate”, explicou.

Ainda segundo o ivotiense, tecnicamente, o trabalho em Brumadinho foi um dos mais complicados que já realizou. “Tínhamos que ter cuidado no deslocamento dos cães. Teve um colega nosso que ficou com lama até o joelho. Caminhar era complicado, mas o barro estava mais firme. Quando não dava (para caminhar), a gente subia pro mato e pra encosta”, contou.

ONG

A K-9 Creixell é uma Unidade Canina de Resgate e Salvamento com sede na Espanha, mas que possui integrantes de diversos países. No Brasil, o ivotiense Aranda é o representante. “Nosso trabalho é voluntário. O programa tem apoio de uma universidade, que ajuda nas passagens de avião para integrantes das equipes que estão em outros países”, relatou.
Para ir a Brumadinho, no entanto, Aranda pagou de seu próprio bolso. “Temos uma ajuda para ração dos animais que vem da Hercosul”, revelou.

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