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Contratada pelo Palmeiras, jogadora fala sobre carreira e o início em Nova Petrópolis
Nova Petrópolis – Recentemente, o Palmeiras, campeão da Libertadores e finalista da Copa do Brasil, decidiu investir também no futebol de base feminino. E um dos destaques da recém montada equipe Sub-18 é a zagueira Caroline dos Santos, que completou 18 anos no último domingo, 7. A atleta é titular das Palestrininhas, que disputam o Campeonato Brasileiro Sub-18, e já marcou um gol na competição, que decretou a vitória por 1 x 0 sobre o Bahia, na segunda rodada.
Carol é natural de Campo Erê, em Santa Catarina, e se mudou para Nova Petrópolis aos nove anos, quando sua família veio em busca de novas oportunidades de trabalho. Seu amor pelo futebol nasceu por influência da própria família e começou jogando com os irmãos. Aos 10 anos, iniciou no futsal, na escolinha Garotas da Bola, onde ficou até 2017 quando se transferiu para o Mundo Novo, de Três Coroas, para jogar no campo. “Tenho uma relação muito forte com Nova Petrópolis, pois foi aqui que me desenvolvi como atleta de futebol. Meus pais e irmãos ainda residem no município”, conta.
Já no seu primeiro ano na equipe do Paranhana, ela conquistou o título de campeã Gaúcha Sub-15. E após a competição, foi para o Pelotas, onde foi vice-campeã Gaúcha Sub-17. Tudo aconteceu muito rápido e as belas atuações chamaram a atenção da Chapecoense, para onde se transferiu em 2018 e foi campeã Catarinense invicta, permanecendo até o ano passado. “A partir do Mundo Novo, eu nem imaginava que minha vida mudaria completamente, foi logo a aparição nos jogos que fui contratada pela Chapecoense”, conta.
Chegada ao Palmeiras
A equipe paulista tinha o compromisso de participar do Brasileiro Sub-18, porém, não tinha equipe de base. Foi então que o alviverde entrou em contato com o agente de Carol e realização a contratação. O contrato com as meninas é de três meses, apenas até o fim do campeonato. Mas o destino das atletas depois disso dependerá do próprio rendimento delas dentro de campo. “Eles abrirão as portas para a gente fazer testes no profissional. Esse é meu objetivo, fazer bons jogos e me destacar para conseguir uma vaga e permanecer no clube”, projeta a zagueira.
O início da vida em São Paulo foi bem intenso e Carol passou a morar com outras atletas no próprio clube. Com poucas semanas antes da competição começar, as meninas estavam treinando em dois períodos e focando no condicionamento físico e tático. Na primeira fase, O Palmeiras ficou em segundo lugar no grupo, com quatro vitórias e duas derrotas, ambas para o Internacional, atual campeão.
Agora, a competição segue em Criciúma, onde a segunda fase será disputada até sábado, 13. O campeonato está dividido em dois grupos de quatro equipes, em que classificam-se os dois primeiros de cada, que avançam para a semifinal. O grupo do Palmeiras tem ainda Flamengo e Santos, além do próprio Internacional.
Inspiração buscada em Marta, Cristiano Ronaldo e Messi e Puyol
Carol se descreve como uma pessoa apaixonada pelo que faz, buscando sempre se desafiar para crescer pessoalmente e como atleta. Entre suas inspirações estão Marta, Cristiano Ronaldo e Messi, que juntos possuem 17 títulos de melhor do mundo. Mas, como uma boa zagueira, não poderia faltar a inspiração em um gigante da posição: Carles Puyol, ex-zagueiro do Barcelona que venceu, três Champions Leagues e uma Copa do Mundo, entre tantos outros. “A referência para a maioria dos atletas é quem está no topo. É o sonho de qualquer pessoa ter uma trajetória muito boa, estes sempre serão referências dentro e fora de campo, me inspiro muito neles”, comenta a atleta.
Entre todas as suas características, ela destaca a humildade como a mais marcante, tentando sempre passar palavras de conforto e motivação para as colegas. Seu maior objetivo e sonho é viver do futebol, e encara isso como um grande desafio porque sabe que a realidade do futebol feminino no Brasil é muito difícil. Por isso, já sonha grande e, quem sabe, até mesmo jogar fora do país, fazer uma faculdade e viver do futebol. “Sou aquela que grita, corre atrás da bola perdida, admite os erros, aceita conselhos e estou sempre aberta às orientações. Alguém que não descansa até que seu trabalho esteja concluído da melhor maneira e tenha alcançado seu objetivo”, finaliza.