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Denúncia na Câmara: demitida a professora que amarrou criança com autismo em uma cadeira na sala de aula em Picada Café

11/04/2024 - 19h31min

Atualizada em 12/04/2024 - 06h23min

Picada Café – A denúncia de que uma professora teria amarrado uma criança com autismo em sala de aula veio a tona essa semana na Câmara Municipal de Vereadores. O fato ocorreu na semana passada na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Amiguinho, no Bairro Esperança. O fato foi levantado na Câmara de Vereadores dessa semana. De acordo com os vereadores, a professora foi demitida tão logo os fatos foram esclarecidos e não mais faz parte do quadro de servidores públicos.

APOIO

O caso ocorreu na sexta-feira, dia 5. Três dias antes, na terça-feira, dia 2, a Câmara de Vereadores aprovou o projeto que institui o mês de abril como Abril Azul, lei essa que traz conscientização sobre o autismo e busca ações orientativas para que a sociedade tenha conhecimento. “A gente sabe que as leis estão ai. Mas a professora deve ter conhecimento dessas leis. Já é crime maltratar e fazer isso com uma criança normal. Com uma criança com autismo é ainda mais grave”, afirmou o vereador Adão Pereira dos Santos, autor da lei e denunciante do fato ocorrido na semana passada. “Tão logo a secretaria de Educação soube do fato tomou as devidas providências e demitiu a professora. Mas meu desejo é que ela seja processada. Se fosse uma pessoa leiga, mas não, ela é uma pessoa estudada e sabe que isso não pode”, frisou.

CRIANÇA TERIA FUGIDO

Além da denúncia de que o menino, de 4 anos, teria sido amarrado em sala de aula, outro fato envolvendo a criança foi denunciado. De acordo com a vereadora Adriane Marconi Mielke, o portão da escola estaria aberto e o menino correu e entrou em um ônibus parado no estacionamento. “Esse portão precisa estar fechado para segurança dos alunos. Os pais saem para trabalhar e os filhos precisam ficar seguros nas escolas”, destacou. A vereadora sugeriu a instalação de câmeras de vigilância nas salas de aula. Referente ao assunto o vereador Laércio Lamberty afirmou que ficou sabendo ainda pela manhã do ocorrido. “Assim que soube procurei a secretaria e essa já tomava as providências. Com certeza essa pessoa pagará pelos atos. Foi feito boletim de ocorrência e encaminhado ao Conselho Tutelar e Ministério Público”, destacou. Outro a comentar o caso foi o vereador Neudir Câmara Hübler. Kégo afirmou que foi importante as medidas tomadas. “Uma pessoa assim não poderia estar trabalhando com crianças. Esse processo já está na vara civil e a professora deve pagar pelos seus atos”, afirmou.

 

O que diz a secretaria?

A Secretaria Municipal de Educação e Cultura foi procurada pela reportagem do Diário a fim de se manifestar e esclarecer o ocorrido. Em resposta a secretária Cristiane Backes Welter afirmou que, em função de envolver menor e que os fatos estão sendo apurados, não poderia se manifestar. “Não posso falar sobre o assunto devido a ética profissional e processo judicial”, declarou.

 

“A gente ficou em choque”, afirma pai

A reportagem do Jornal O Diário procurou ainda a família do menino de quatro anos e aluno da Escola Amiguinho. O pai do menino autista afirmou que o casal (os pais) ficou em choque ao saber dos fatos. “A gente ficou em choque quando soube, sem reação e com muita raiva. A gente acha que isso nunca irá acontecer com o nosso filho, nem com qualquer outra criança. E ainda mais fazer isso com uma criança com TEA (Transtorno de Espectro Autista)”, disse o pai. O familiar adianta que o casal espera que as secretarias realizem uma capacitação melhor dos servidores que atuam nas escolas. “É preciso capacitação tanto na área da educação como da saúde para poder atender crianças com TEA. O que dá para ver é esse atendimento não está muito bom”, frisou. O pai afirmou ainda que espera que fatos como esse nunca mais se repitam. “Esperamos que não venha mais acontecer qualquer incidente com criança do nosso município”, concluiu.

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