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Desligamento de médicos cubanos atrasa consultas e deixa postos sem atendimento no RS
Pacientes do Rio Grande do Sul já começam a notar o impacto da saída dos médicos cubanos do programa Mais Médicos, anunciada pelo Ministério da Saúde Pública de Cuba na última quarta (14). Em alguns municípios, os profissionais se surpreenderam com um e-mail recebido nesta terça-feira (20) com orientação para que deixassem imediatamente os postos de trabalho.
O desligamento dos cubanos provocou atrasos em consultas que já estavam marcadas e deixou algumas Unidades Básicas de Saúde (UBS) sem nenhum médico, já que os atendimentos eram feitos exclusivamente pelos profissionais vindos de fora do país.
Nesta terça, o Ministério da Saúde publicou no “Diário Oficial da União” o edital com cerca de 8,5 mil vagas para o Mais Médicos. As vagas, abertas para substituir médicos cubanos, são para profissionais brasileiros e estrangeiros que tenham registro no CRM do Brasil.
Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, foi uma das cidades mais afetadas pelo desligamento dos médicos ainda antes da saída deles do país. O município contava com o trabalho de 21 cubanos. Após o comunicado, nenhum deles trabalhou nesta terça.
Permanência seria ilegal, diz conselho
Em nota de esclarecimento divulgada neste terça, o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) esclarece que “a partir da cessação do vínculo do Governo de Cuba com o Programa Mais Médicos (PMM), e o anúncio da data de seu retorno a Cuba, perde as prerrogativas que legalizavam sua permanência e trabalho no Brasil, seu visto de trabalho e sua autorização para o trabalho no PMM – o RMS – expiram automaticamente, tornando sua permanência e seu trabalho ilegais”.
O Conselho informou ainda que “os médicos cubanos interrompem as suas atividades a partir de hoje para que possam se organizar para a sua saída do Brasil”. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), os médicos cubanos devem deixar o país gradualmente até o dia 12 de dezembro.