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Dia de combate às drogas também marca o recomeço para muitas pessoas
Estância Velha – O dia 26 de junho marca a data escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o Dia Internacional de Combate às Drogas. O uso de drogas é um mal social em todo mundo.
Segundo dados do Relatório Mundial sobre Drogas da ONU, cerca de 5% da população mundial, entre 15 e 64 anos, o que corresponde a uma média de 243 milhões de pessoas, usa drogas ilícitas.
Em Estância Velha, a pessoa que necessita de tratamento devido ao abuso de álcool e outras drogas pode contar com a ajuda das Unidades Básicas de Saúde (UBS), no Centro de Atenção Psicossocial (Caps), que fazem o tratamento, com o atendimento de equipes multiprofissionais compostas por médicos psiquiatras e psicólogos, e as Comunidades Terapêuticas, que fazem o trabalho de acolhimento e apoio social dos usuários.
A função do CAPS
Atualmente, cerca de 15% dos atendimentos no Centro de Atenção Psicossocial do município são de alcoolismo e/ou dependência química. Conforme Roberta Monteiro, assistente social e coordenadora do Caps, o município tem quatro grupos terapêuticos, atendidos por psicólogas e psiquiatras.
Os profissionais trabalham no primeiro momento, de forma coletiva, para que a mudança de comportamento e atitude dos usuários possam atingir a fase do comprometimento com o tratamento medicamentoso.
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A equipe do Caps realiza palestras preventivas nas Unidades de Saúde, sempre que solicitado. O Caps também sugere e orienta usuários e familiares a procurarem grupos de apoio, para auxiliar no tratamento e na reestruturação social e emocional do indivíduo.
A Comunidade Terapêutica Dádivas
Estância Velha tem duas comunidades terapêuticas que contam com convênio da Prefeitura, Luz da Madrugada e Dádivas. A Comunidade Terapêutica Dádivas é uma associação filantrópica, sem fins lucrativos, que desde 2010 atua no tratamento psicossocial de alcoolismo e dependências químicas.
Itamar Marques de Lima, 46 anos, ex-dependente químico, é o coordenador do Dádivas, esde 2010. A casa atualmente tem 28 internos voluntários, que passam por avaliação psicológica e depois nove meses do tratamento recuperatório (simbolizando o renascimento de uma nova vida).
A metodologia de trabalho é biopsicossocial, e tem como objetivo trabalhar as áreas de laborterapia, disciplina, espiritualidade e protagonismo. As internações são voluntárias e os pacientes recebem visitas mensais da família.
“Drogas nunca mais”
Diego Amaral tem 34 anos e aos 13 iniciou no uso de drogas ilícitas. Por influência dos irmãos, começou no álcool e fumo, passando para o uso de maconha, crack e todo tipo de drogas.
Filho mais novo de Rosimere Amaral, viu um dos irmãos morrer por conta das drogas. Aos 18 anos foi morar na rua, e durante um ano e meio viveu uma vida indigna. Quando chegou no fundo do poço encontrou o vizinho Itamar. “Deus colocou ele no meu caminho”, diz Diego com gratidão.
No início conta que foi difícil, mas quando pensou na mãe e no quanto já havia causado tristeza e decepção a ela, decidiu mudar de vida. “Minha mãe foi a minha inspiração”, diz com os olhos cheios de lágrimas.
Hoje Diego é coordenador e diretor de comunidade Terapêutica formado pela Febract – Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas, acadêmico de Filosofia, na IERGS. Está noivo e depois de acabar a casa que está construindo pretende se casar, ainda este ano. “No Dádivas reaprendi o valor da família, recuperei minha dignidade, minha estrutura moral e emocional, hoje estou recuperado e feliz”.