Dia de lembrar dos que já foram em Dois Irmãos

Por Nicole Pandolfo / Bruno Wingert

Familiares visitam os túmulos de entes queridos na data dedicada à oração e a saudade

O tempo ajudou na manhã desta terça-feira (31), e fez com que muitas pessoas fossem aos cemitérios para fazer a limpeza e a retirada de flores secas dos túmulos, deixando tudo organizado para a visitação do Dia de Finados nesta quinta-feira, dia 2. A movimentação nos cemitérios católicos foi aumentando ao longo do dia. Muitos moradores aproveitaram para limpar as lápides, colocar novas flores e ornamentos.

Muitas das vezes a tradição de limpar os túmulos se aprende de casa, é o caso da moradora Lúcia Hennemann, “que aprendeu de casa a importância de se ir na igreja e no cemitério, e prestar homenagem aos entes queridos”.

“Cuidar o local de quem amamos”

“Estou organizando o túmulo do meu marido e da minha vó. É muito importante a gente vir até aqui para limpar e colocar flores. Cuidar o local de quem amamos”, disse Loiva Schneider.

Para Maria Helena, que estava limpando o túmulo da sua irmã, “deixar em dia, colocar uma flor nos conforta. É uma homenagem e também uma forma de agradecer por tudo que nos fizeram em vida. O túmulo organizado e florido fica bonito e dá uma sensação de vida”.

A origem da data

O mistério da morte intriga a humanidade desde o início dos tempos. Nas eras pré-cristãs, em culturas pagãs, como povos da antiga Grécia, Roma, Egito, tribos germânicas e na América pré-colombiana, datas e rituais já eram dedicados aos mortos.

Foi a partir da Idade Média que o mundo ocidental passou a designar o 2 de novembro como dia dedicado à memória dos que já se foram. Sugerida pelo abade Odilon de Cluny, a data resgata a perspectiva católica de que boa parte das almas dos mortos está no purgatório, passando por um processo de purificação para que possam ascender ao Paraíso. No estado de purgação, as almas necessitam, segundo a doutrina católica, de orações dos vivos, que podem pedir para elas a misericórdia divina.

Mensagem do padre Alexsandro Lemos

“Geralmente pensamos a morte fora da vida. Gastar tempo, consumir energia, renunciar a algo, perder: são sinais de que diariamente a vida é como uma vela que se consome para produzir luz. Não duramos eternamente! Na vida há também cansaço em busca de repouso. Depois de uma jornada de trabalho, é preciso descansar. Passado um dia ensolarado, segue o pôr do sol. Os livros tendem ao epílogo e uma novela se desenrola para o último capítulo. Há muita beleza no fim.
Ainda que a realidade da morte nos angustie e entristeça, deve resplandecer a partir da celebração de finados a esperança que alimenta nossa caminhada terrena como cristão: a certeza da RESSURREIÇÃO!”