Conecte-se conosco

Geral

“Dia do Lixo Zero” ocorre nesta quinta-feira, 30, em Nova Petrópolis

29/03/2023 - 16h07min

João e Helena fazem parte do Coletivo Lixo Zero (Créd.: Dário Gonçalves)

Nova Petrópolis – Criado em 2022 pela ONU, o Dia Internacional do Lixo Zero é celebrado no dia 30 de março. E, em alusão à data, o Coletivo Lixo Zero de Nova Petrópolis, em parceria com mercados e outros estabelecimentos comerciais, buscam uma mudança nos hábitos dos consumidores visando a diminuição da produção de lixo. Assim, a ideia é que, ao menos nesta quinta-feira, os compradores levem sacolas retornáveis no momento de fazerem compras e evitem o uso de sacolas plásticas.

O embaixador do Coletivo, Irineu Lasch, explica que quando se fala em “lixo zero”, não significa não produzir nenhum tipo de lixo. Mas sim, reduzir ao máximo possível, além de reciclar tudo aquilo que ainda pode ser reaproveitado. “Nós buscamos uma mudança de atitudes em relação à população. Se cada pessoa fizer um pouquinho, teremos uma mudança significativa. São detalhes que fazem a diferença”, comenta.

Ainda segundo Lasch, Nova Petrópolis gasta anualmente mais de R$ 2 milhões para despachar lixo, sendo mais da metade orgânico. “Nós temos um gasto superior a R$ 1 milhão por ano para cuidar do lixo orgânico. Isso poderia ser melhor aproveitado pela população, transformando em adubo para hortas ou, ao menos, separar corretamente na hora de colocar fora”, detalha.

Boas ações

Quem também participa do Coletivo é o casal João e Helena Roese, de 65 e 63 anos, respectivamente. Preocupados desde a juventude com ações sustentáveis, há mais de 30 anos eles transformam lixo em doações para caridade, seja para instituições como hospital e APAE, ou diretamente a campanhas que necessitem, como para crianças com AME – Atrofia Muscular Espinhal. “Todos os meses, pelo menos duas vezes, levo o carro cheio de papel, papelão, plásticos, tampinhas de garrafa, etc., à recicladora e vendo. O dinheiro é sempre revertido para causas necessitadas”, afirma João.

“O que o João e a Helena fazem, tem impacto no mundo”

Helena, por sua vez, produz aventais, capas para almofadas, entre outros itens a partir de materiais de guarda-chuvas e cortinas que iriam para o lixo. “Nos últimos 10 anos, já fiz mais de três mil aventais. Comecei doando para a família, depois para amigos e fui expandido. Quando recebo um abraço de agradecimento, eu ganho mais do que qualquer valor que pudesse cobrar pelo trabalho”, conta.

Helena confecciona produtos com materiais que iam para o lixo (Créd.: Divulgação)

Impacto no mundo

Lasch faz questão de destacar que todo o trabalho é feito de forma voluntária, com o intuito de promover uma mudança de costumes em relação ao tratamento dos resíduos, incentivando a adoção de práticas sustentáveis que visem a redução, reutilização e reciclagem dos materiais descartados, e a eliminação do envio de resíduos para aterros sanitários e incineradores. “O que o João e a Helena fazem, tem impacto no mundo. Vimos recentemente o Rio Gravataí tomado por lixo. Uma embalagem descartada incorretamente é levada até os mares e causa a morte de muitas vidas animais”.

O trio pede que a população tenha mais cuidado na hora de separar o lixo, pois muita coisa poderia ser reaproveitada. “Um erro muito comum é as pessoas colocarem o rolo de papel higiênico no mesmo cesto do papel. Aquilo é um papelão que pode ser reaproveitado. Em uma cidade como Nova Petrópolis, com 25 mil habitantes, se cada pessoa usar um rolo por semana, são 1.300.000 rolos por ano de papelão que pode ser reutilizado”, exemplifica.

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.