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Diário da Terceira Idade: bailes trazem de volta a alegria para casais que amam a dança

08/07/2022 - 10h23min

Casais dançando ao som da Banda Exemplo (Créd.: Dário Gonçalves)

Nova Petrópolis – Foi em um baile em Caxias do Sul que o casal Diva e Saule Slongo, de 67 e 70 anos respectivamente, se conheceram em 1974. Passados 48 anos, eles ainda lembram a música que tocava no primeiro encontro, “Soleado, a Música do Céu”, de Moacyr Franco. A canção foi tão marcante para os dois, que Diva entrou ao som dela na igreja no dia do casamento, em 26 de agosto de 1978. Quase cinco décadas depois, eles ainda frequentam bailes e reuniões dançantes pois, para eles, a música e a dança representam a alegria.

Na tarde de quarta-feira, 6, eles chegaram cedo ao Centro de Eventos para curtir o baile da Terceira Idade, que fez parte da programação do Festival Sabores da Colônia. Dançaram por cerca de 20 minutos e depois concederam a entrevista, momento em que relembraram o passado e suas histórias com a dança. “É um excelente passatempo, nós sempre gostamos de dançar e estamos voltando aos poucos após a pandemia. A gente se solta, se diverte. Dançar é vida, é saúde, é esquecer dos problemas”, conta Saule.

Os casais Saule e Diva e Selvina e “Capila” (Créd.: Dário Gonçalves)

Diva faz dela as palavras do marido, e apesar de ainda não fazerem parte de nenhum grupo de danças, já foram convidados muitas vezes. “Dançar é sinônimo de felicidade para a gente, nos sentimos muito felizes. É a hora que deixamos pra trás as preocupações e nos entregamos para a música. Nos faz bem para o corpo e para a mente”, afirma.

De dançarina a presidente

Após a entrevista, Diva e Saule passam por mesas onde estão conhecidos e amigos. Selvina Wissmann, de 67 anos, e seu companheiro conhecido por todos como “Capila”, ou “Careca”, de 69 anos, são alguns deles. Selvina dança desde que era criança e morava no Canto dos Ackermann. O tempo passou e ela se manteve sempre ligada à cultura germânica e às danças. Em 2004, entrou para o Grupo Amizade, 10 anos depois, em 2014, tornou-se presidente do grupo e assim segue até hoje. “Como presidente, sou responsável por organizar os bailes, as viagens, e tudo mais. É uma responsabilidade que me deixa muito feliz”, diz.

Atualmente, o Grupo Amizade conta com 86 integrantes. Selvina conta que a volta das festividades é fundamental para que a Terceira Idade se mantenha bem de saúde. “Para muitos, os bailes são a única forma de diversão. E durante a pandemia, isso fez muita falta, pessoas entraram em depressão”. Ela acrescenta ainda que seu grupo tem um nome que combina perfeitamente com seu propósito, fazer amizades. “Os grupos e os bailes me trouxeram muitas amizades, estou sempre fazendo novos amigos. A dança é tudo para mim”, conclui.

De volta ao salão

Salão fica cheio quando a música toca (Créd.: Dário Gonçalves)

Conversa em dia, os casais voltam para o salão. Afinal, a banda não para de tocar um segundo. A pista é para todos, inclusive para os jovens, mas é a terceira idade que se destaca. Os anos de experiência fazem com que os passos sejam sincronizados e casal nenhum se esbarra no outro. Os passos são variados e sempre no ritmo,ão ficam só no “dois pra cá, dois pra lá”, demonstrando a alegria contagiante que a música lhes causam.

Em uma das mesas, quem curtia a música era Olinda Zummach, de 86 anos, e sua amiga Walle Bratz, de 84. Olinda já sente o peso da idade e, por isso, acaba dançando menos. Mas isso não a impede de ir aos bailes para prestigiar as bandinhas. “Isso me traz alegria, me deixa muito feliz”, conta com um sorriso no rosto. Já são mais de 20 anos fazendo parte do grupo de Terceira Idade, Amor Perfeito, e tantos outros anos de amor à música, afinal, ela começou a dançar aos 12 anos. Em casa, Olinda gosta de fazer exercícios na bicicleta ergométrica, sempre com o rádio ligado ouvindo as músicas típicas. O importante, seja onde estiver, é manter a felicidade no ritmo que a banda toca.

Olinda Zummanch e Walle Bratz (Créd.: Dário Gonçalves)

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