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Diário Rural em fotos: calor não desanima produtor de uvas da Colônia Japonesa
Ivoti – O calor excessivo e o pequeno índice de chuva, provocaram perdas na uva e em outras culturas, como é o caso do milho, verduras e até na produção de nozes. Na uva, o produtor da Colônia Japonesa, Fábio Sirahata, contabiliza entre 25 e 30% de perdas.
LIGAÇÃO FAMILIAR
Nascido em São Paulo, Fábio é neto de japoneses, que se instalaram na região sudeste e abriram um armazém. “O meu avô chamava-se Ikuo Abe e minha avó Missao.
“O meu pai, José Tomeu Sirahata, nasceu em São Paulo e conheceu minha mãe, Tieco, que veio da Bahia. O meu pai foi mecânico de máquinas industriais e minha mãe era cabeleireira”, afirma Fábio que, com apenas 17 anos, foi trabalhar no Japão, em uma indústria de componentes eletrônicos.
Ele foi para o país de origem dos seus antepassados em 1989 e voltou para São Paulo em 1992. Foi no Japão que Fábio conheceu a esposa Vera Yumi, com quem esteve 25 anos casado. Ela faleceu em 2017, devido a complicações no intestino.
O retorno do Japão foi junto com Vera, em 1994. O casal teve os filhos Bruno, 21 anos, que estuda Comércio Exterior, e Aryssa, 18, que está no Ensino Médio e fez curso para comissária de bordo.
Mesmo com os olhos marejados de lágrimas pelas dificuldades enfrentadas, a maior alegria é ver os filhos com o futuro encaminhado. “A felicidade não está no dinheiro, mas é ver as pessoas que estão do nosso lado, é o que nos dá força”, afirma o produtor.
AS DIFICULDADES COM O CLIMA
Há cerca de 13 anos Fábio passou pela primeira seca em Ivoti, quando o açude da propriedade familiar secou. Mas também houve quedas de estufas de uvas com temporais. “Não dá para desanimar, pois eu tenho contas para pagar”, sentencia o produtor.
Entre 1995 e 1996 ele foi pioneiro ao iniciar a produção de alfaces hidropônicas no município. Naquela época foi para São Paulo, para se inteirar do assunto.
Desde que voltou do Japão Fábio ajudava o sogro Kuniharu Orita na plantação de uvas nas horas de folga. O serviço abrangia todos os cuidados, desde limpar os parreirais, podar e embalar o produto, que é comercializado em redes de supermercados.
FINANCIAMENTO DE PRODUÇÃO
O produtor tem conta no Sicredi desde 2015 e necessitou de financiamentos via Pronaf para fazer a reforma de estufas, tendo que comprar madeira e plástico. Os juros foram em torno de 5,5% ao ano, percentual que o produtor considera baixo.
“Também precisei comprar um motor estacionário e um gerador de energia pelo Sicredi, além de uma van através de um outro banco”, observa Sirahata, que comenta ter que trabalhar para pagar esses recursos captados através do Pronaf, que é um incentivo do governo.
Outra barreira enfrentada é relacionada ao alto custo dos insumos. O valor financiado para custeio foi para adquirir adubo, defensivos e pagar mão de obra.
OITO TONELADAS
A média por hectare é colher pode superar 20 toneladas de uva, mas a previsão para esta safra, que vai de fevereiro a março, é colher até oito toneladas, devido ao calor, que queima as folhas e prejudica a formação dos frutos.
Rodrigo Sasso, da Emater, destaca que a falta de chuva afetou a produção de uvas, de hortaliças e de nozes. “No caso da uva, o ar muito seco facilita o aparecimento de uma doença, a glomerella, que apodrece as uvas e reduz a produção”, afirma.
Fábio destaca o apoio da Emater na questão da análise de solo e orientações técnicas de maneira geral, além da elaboração de projetos para financiamentos.
Já a Prefeitura auxilia na parte de repasse de adubos e horas-máquina.