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DIÁRIO RURAL: Família Schabarum cria aves há quase cinco décadas

30/11/2022 - 16h50min

Egon Schabarum mostra uma das milhares de aves criadas no aviário (Créd. Gian Wagner Baum)

Egon aprendeu o ofício com o pai e hoje toca o negócio junto com os filhos

GIAN WAGNER BAUM

Nova Petrópolis – Muitos que passam pela localidade de Feliz Lembrança, no interior do Pinhal Alto, e se depara com os grandes aviários não fazem nem ideia de que a família Schabarum que cria aves ali, faz isso há quase 50 anos. Quem começou com a criação de animais como porcos, vacas e, claro, os frangos, foi o pai de Egon, Edgar Schabarum, que faleceu há pouco mais de dez anos. Egon lembra que tinha por volta dos sete anos de idade quando o pai começou a criação na década de 70. “Começamos com apenas 500 pintinhos, eram outros tempos. Era tudo muito diferente, tudo muito manual”, relembra Egon. “Nós mesmos que misturávamos a ração com uma pá para tratar. Hoje vem pronto e até a distribuição dentro do aviário é automatizada”, conta. “A tecnologia ajudou muito o trabalho”.
Atualmente são seis aviários que comportam milhares de frangos cada. Todos eles foram construídos com algum intervalo de tempo nos últimos quase 30 anos. O mais antigo tem 28 anos, a mesma idade que o filho mais velho de Egon, Matheus Schabarum. Alguns anos depois foi construído o segundo, também próximo ao nascimento do segundo filho, Micael, de 20 anos. Foi nesta mesma época que Egon decidiu parar de trabalhar com leite e se dedicar apenas as aves. “A gente manteve ainda alguma outra criação, um pouco de porco e verduras”, conta. Os quatro aviários mais novos ficam do outro lado da rua. Os dois mais recentes foram construídos em final de 2018 e começo de 2019.

Aviário onde milhares de frangos ficam por cerca de até 45 dias

SUCESSÃO FAMILIAR – Matheus é o filho mais velho e já ajuda o pai no ofício desde os 15 anos, aproximadamente. O terceiro ano do ensino médio, inclusive, foi cursado à noite para que o jovem pudesse ajudar o pai nos trabalhos do aviário. “Eu até passei no ProUni (Programa Universidade Para Todos) e ganhei uma bolsa, cheguei a ir em algumas aulas, mas não era para mim. Eu gosto de trabalhar aqui”, conta Matheus que precisou de apenas duas semanas na universidade para se certificar que já sabia da própria vocação.

Egon, no centro, com os filhos Micael à esquerda e Matheus à direita (Créd. Gian Wagner Baum)

TÉCNICO NO BOM PASTOR – Já o filho mais jovem, Micael, está há dois anos trabalhando ativamente na propriedade. Isso porque Micael optou em fazer o curso técnico do colégio Bom Pastor, onde também cursou o ensino médio. Após os estudos e um período de estágio, ele retornou a propriedade com o pai e o irmão, onde trabalham todos em família. “Um sabe fazer uma coisa, outro sabe outra e eles se dão muito bem para trabalhar juntos”, conta o pai, orgulhoso.

A arte de criar frangos
Criar frango tem suas peculiaridades, assim como muitos dos demais ofícios. Para Egon, experiente no assunto, são três pilares fundamentais para a qualidade do frango: os pintos, a ração e o manuseio. A qualidade dos animais que chegam para a engorda é o primeiro ponto. Já o segundo, mas não menos importante, a qualidade da ração que é dada aos animais. Por fim, o que está dentro do controle dos criadores, o manuseio. “Nisso envolve tudo, inclusive a temperatura dos aviários. É muito difícil manter uma temperatura adequada, ainda mais em dias que amanhecem com uma temperatura e terminam em outra completamente oposta”, explica Egon. Os animais chegam ainda pintos na propriedade, ficam no local por cerca de 42 a 45 dias, quando saem engordados e vão para o abate.

No detalhe: galinha se alimenta no comedouro, que também é automatizado (Créd. Gian Wagner Baum)

Placas solares são investimento sustentável
Egon é adepto da tecnologia para melhorar a vida no campo. Hoje, além dos sistemas otimizados que melhoram a produtividade e a qualidade do serviço realizado, a família instalou placas solares como uma alternativa mais sustentável e econômica. “Faz uns dois anos que temos elas e é muito bom, dá pra quase tudo que preciso”, conta. Com as mais de 130 placas, Egon conseguiu reduzir uma fatura de energia que ficava na média de R$ 3 mil a 4 mil mensais. “É muito interessante, logo está pago e teremos um benefício ainda melhor”, conta.

 

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