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Diário Rural: plantar aipim é uma tradição desde criança de produtor de Hortêncio

04/05/2022 - 11h35min

São José do Hortêncio – O plantio nas encostas de morros é uma atividade difícil, mas esse é um desafio enfrentado pelo produtor Sérgio Christ, que desde pequeno aprendeu com o pai a trabalhar na agricultura. Filho de Edgar Roque e Teresinha Christ, ambos falecidos, ele faz parte de uma família de seis irmãos: Lovane (falecida), Eli, Celi, Nair, Sérgio e Jair.

A família tem tradição no plantio de aipim e mato de acácia. O avô paterno, Alberto, morava no Arroio Bonito e plantava acácia. A avó chamava-se Otília. Já os avós maternos eram Leopoldo e Otília Bender.

Sérgio comenta que estudou até o 4º ano, indo para a escola num turno e trabalhando nos afazeres da roça no turno oposto ao das aulas. “O meu pai comprou esta área na Estrada Morro Grande. A gente ia pra roça desde novinho. O pai colhia e quebrava o milho, e a gente ensacava”, explica o produtor rural, de 53 anos.

Plantio focado em aipim, frutíferas e acácia

Além de mato de acácia, o foco de Sérgio está no plantio do aipim, laranja, limão e abacate, que são levados para a Ceasa por um produtor do município. O milho é para o trato dos animais da propriedade, pois o produtor tem duas vacas de leite uma terneira e um porco.

Além dos pés de acácia na propriedade, que tem uma área de sete hectares, Sérgio ainda arrenda algumas terras de vizinhos. A colheita dos citros e do aipim é feita geralmente no sábado pela manhã, pois os produtos são levados para a Ceasa duas vezes por semana.

Maquinário

O primeiro trator adquirido por Sérgio foi um Valmet 1965, que depois o produtor deu de entrada para comprar outro da marca Valtra, ano 1980, que é tracionado nas quatro rodas e que ajuda bastante a trabalhar nas áreas onde tem morros.

Para quem acredita que o cão é o melhor amigo do homem, Sérgio confirma esse dito popular, pois, para acompanhar ele na roça, sempre tem cinco cachorros por perto: Totó, Branco, Rex, Leão e Tobi. Geralmente é o Totó que acompanha ele em cima do trator.

Auxílio da Prefeitura é através de bônus

Sérgio Christ utiliza os bônus, a partir das notas de produtor contidas no bloco, e que são trocados a cada início de ano junto à Secretaria de Agricultura do município. O produtor começa as suas atividades cedo pela manhã, e só para quando começa a escurecer.

Inclusive os bônus já podem ser retirados junto ao setor, com o Maicon Feilstrecker o ou o secretário Felipe Trein. Neste ano não terá mais o cartão digital, mas serrá através de bilhetes, podem ser trocados por insumos (adubo e ureia) no Sindicato dos Trabalhadores Rurais ou nas agropecuárias do município.

Sucessão

Sérgio lamenta que os mais novos vêm perdendo o interesse pelo serviço da roça. “Os novatos não querem mais ficar na roça, e optam por trabalhar de carteira assinada, e querem ter direitos trabalhistas e férias. Eu, por exemplo, nunca tirei férias, o pai era muito rígido”, afirma o produtor.

Apesar de tudo, ele é convicto de que não trocaria o serviço agrícola por qualquer outra atividade. “É o que eu gosto de fazer, e não pretendo mudar de profissão. O colono é teimoso, por isso continua na roça”, conclui.

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