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“Do fracasso” ao “caos”: fim da COP30 repercute na imprensa internacional
Resumo dos principais Jornais – Por Jaqueline Koch
O final da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), repercutiu na imprensa internacional, principalmente no último sábado (22/11), último dia da conferência.
O documento do “Mutirão Global”, com o texto final da conferência, de oito páginas, não faz nenhuma menção a combustíveis fósseis, como petróleo e carvão mineral, o que é destaque na imprensa internacional.
O The Guardian, do Reino Unido, descreveu o final da COP como “um caos”: “No último dia, dezenas de acordos foram aprovados a toque de martelo, enquanto a humanidade, em sua forma mais coletiva, trabalhava para resolver o desafio mais complexo e perigoso que nossa espécie já enfrentou. Foi um caos.”
Porém, o jornal britânico aponta que “apesar de todas essas falhas, Belém abriu novos caminhos para o debate sobre como reduzir a dependência de produtos petroquímicos e ampliou a participação de grupos indígenas e cientistas”.
O The Washington Post afirmou que muitos esperavam que as negociações climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), no Brasil, fossem históricas, mas que elas podem acabar sendo lembradas como um “fracasso”.
“Durante anos, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, juntamente com muitos especialistas em clima, depositaram grandes esperanças nas negociações climáticas da ONU que acabaram de ser concluídas no Brasil”, afirmou o jornal.
O The Economist, por sua vez, afirmou que a conferência “terminou com um soluço” e que o texto final de Belém “não faz qualquer menção direta aos combustíveis fósseis”.
A BBC News também afirmou que a reunião, “em três décadas de encontros que visam forjar um consenso global sobre como prevenir e lidar com o aquecimento global, este ficará marcado como um dos mais controversos”.
Ainda segundo a BBC, muitos países ficaram “furiosos” sem qualquer “menção aos combustíveis fósseis”.
Sem combustíveis fósseis
O texto final da COP30 amplia o financiamento para nações pobres que enfrentam as consequências do aquecimento global, mas deixou de fora a descontinuação do uso de combustíveis fósseis.
A ausência dessa menção já era esperada nos últimos dias, quando o Brasil apresentou um rascunho que deixava de fora a redução dos combustíveis — principal causa do aumento da temperatura global.
Volta à penúria: após a COP30, governo do Pará corta recursos do Meio Ambiente
Foi só apagar a luz da COP-30 que a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará voltou para a penúria. O governo paraense turbinou o orçamento da pasta para 2024, ano seguinte a confirmação (2023) da capital Belém como sede da cúpula e véspera do evento. A secretaria viu mais de R$1 bilhão nos cofres. Em 2023, era uma merreca, só R$207,2 milhões. Sem os gringos para olhar, o recurso minguou outra vez, nos padrões que fizeram do Estado o campeão em desmatamento.
Corta tudo
Este ano, a pasta já sentiu o impacto e o orçamento recuou 34%. Foram R$674,8 milhões para a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade.
Tesourada
Para o próximo ano, outro corte, este de 41% comparado com 2025. Serão R$397,9 milhões na conta da secretaria.
Torneira seca
Considerando os R$1 bilhão de 2024, o desfalque em 2026 fica ainda pior, é menos 61% de dinheiro nos cofres da pasta.
Make-up
A grana para investimentos também foi embora. Os R$328,7 milhões separados para o ano da COP viraram R$77,1 milhões em 2026.
