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“Ele era um pai e um marido muito dedicado; eram unidos”

30/11/2021 - 18h26min

Gerson Holz faleceu aos 46 anos; corpo do mecânico ficou deitado na via e caminhão seguiu até acertar a casa (FOTO: Mauri Goettems/ Arq. pessoal)

Por Cleiton Zimer

Dois Irmãos – Um grave acidente de caminhão matou o mecânico Gerson Holz, de 46 anos, na manhã desta terça-feira, 30, na rua Alberto Rübenich no bairro Travessão.

O acidente aconteceu por volta das 8h. Gerson vinha pela via no sentido BR-116/Travessão, testando um Ford Cargo Vermelho com caçamba, de uma empresa de Campo Bom.

Um pouco antes do Centro Comunitário Jacob Feiten ocorreu algum sinistro, fazendo com que a cabine do veículo basculasse, pendendo para a frente e ejetando o motorista, que ficou caído sobre o asfalto.

O caminhão seguiu adiante por cerca de 20 metros, desgovernado, arrancando o portão de uma residência que fica às margens da via e só parou ao colidir frontalmente contra a casa.

Pessoas próximas tentaram socorrer

O estrondo assustou a todos ao redor. Funcionários da Prefeitura que estavam trabalhando na roçada da estrada correram para ajudar, assim como pedreiros de uma obra próxima; uma mulher que caminhava no local também tentou socorrer o motorista mas, quando o Corpo de Bombeiros e SAMU de Dois Irmãos chegaram, Gerson já tinha ido a óbito devido à gravidade dos ferimentos.

Não havia ninguém na casa na qual o caminhão colidiu.

Trabalho da perícia

O corpo de Gerson ficou caído no sentido contrário ao que se deslocava. O trecho foi isolado pela Brigada Militar de Dois Irmãos até a chegada do Instituto Geral de Perícias (IGP), que veio às 11h15. Entretanto, cabos da residência, energizados, estavam sobre o caminhão.

A RGE chegou somente às 12h, atrasando o trabalho da perícia que não tinha como encostar no veículo sem que a energia fosse desligada.

Depois que a perícia foi concluída, o corpo de Gerson foi retirado do local e a pista totalmente liberada.

Durante a tarde o caminhão foi retirado da residência.

Freadas antecediam o corpo

Ainda não há informações precisas do que possa ter causado a morte de Gerson. Não se sabe, por exemplo, o que soltou a cabine, se o caminhão chegou a passar por cima do corpo dele ou, se a queda o matou. Isso está sendo apurado pela perícia.

Há freadas que antecedem o local onde o corpo ficou caído. Acredita-se que o motorista possa ter se assustado com os cones que estavam na via, já que haviam servidores da Prefeitura trabalhando no trecho, e freado de forma mais abrupta, o que poderia ter desprendido a cabine. Mas, não há nada de concluso. A informação que se tem é que Gerson já dirigiu o mesmo caminhão antes, em outras vezes que esteve na oficina.

Os últimos momentos de Gerson

Gerson morava no bairro Floresta e trabalhava há cerca de um ano e dois meses na Mecânica Anselmo Rossa, no Travessão. A reportagem conversou com a sócia-proprietária Elisa Rossa, que, ainda consternada e sem acreditar no ocorrido, destacou que perder Gerson era como se alguém da família tivesse partido. “Quem conheceu o Gerson, não vai esquecer o Gerson. Ele era um exemplo de pessoa”.

Elisa recordou dos últimos momentos dele. Disse que veio de manhã, como sempre alegre e pronto para tudo, bateu o cartão e tomou um cafezinho com os colegas. “Todo mundo estava conversando aqui”.

Instantes depois ele saiu para testar o caminhão, antes de entregá-lo para o cliente. “Ele sempre testava os veículos, era centrado, cuidadoso, muito atencioso com tudo o que ele fazia”.

Logo em seguida veio a trágica notícia do acidente. “Não sei nem o que dizer, estamos tão em choque, a ficha não caiu”. Hoje a empresa permaneceu fechada, de luto.

Falava muito da família

Elisa conta que Gerson falava muito da família, da sua esposa e dos seus dois filhos. “Ele era um pai e um marido muito dedicado; eram unidos. Ele falava muito da família, amava-os. Dói tanto saber que ela está sozinha com os dois filhos e vamos todos rezar por eles”.

Apesar da dor da perda repentina, Elisa afirma que são gratos por terem tido a presença de Gerson no seu dia a dia nos últimos meses. “Foi uma benção que Deus colocou na nossa vida. A gente ainda tinha muito o que aprender com ele. Foi um funcionário exemplar. Estamos sem chão”.

Os trabalhos fúnebres estão a cargo da Funerária Schaumloeffel e devem ser realizados na Capela Municipal. Até o momento não há confirmação de início do funeral nem horário e local de sepultamento.

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