Conecte-se conosco

Geral

“Ele sequer entrou em contato”; família de idosa que morreu em acidente pede por justiça

19/02/2025 - 06h13min

Na imagem, circulado em vermelho, está o motorista Hilux no exato momento que fecha a frente da Spin onde estavam as vítimas (em azul); com o impacto a Spin é arremessada para a contramão, sendo acertada pelo caminhão (em amarelo) que não consegue mais frear a tempo

Um acidente na ERS-239, em Araricá, na tarde de quinta-feira (13), resultou na morte de Edite Gularte Quilin, de 80 anos, moradora de Dois Irmãos. Outras três pessoas que estavam no mesmo carro ficaram feridas e seguem hospitalizadas.

Edite faleceu na hora

A colisão envolveu uma Toyota Hilux, um Chevrolet Spin e um caminhão VW Delivery. O empresário Renato Marques de Souza, de 76 anos, empresário morador de Parobé, foi identificado como o responsável pelo acidente.

Segundo o delegado Clóvis Nei da Silva, Renato realizou o teste do etilômetro que confirmou que ele não havia ingerido álcool. “Foi instaurado um inquérito policial para apurar o acidente. Vai responder em liberdade”, explicou. Ele deverá ser indiciado por homicídio culposo – quando não há intenção de matar.

Até o momento, não houve manifestação do condutor. A família de Edite cobra justiça e lamenta a falta de contato por parte do motorista.

Veja momento do acidente:

Motorista fez conversão e acertou carro das vítimas

Segundo o que foi registrado pelas câmeras de monitoramento, o condutor da Toyota Hilux saiu do acostamento lateral direito para atravessar a pista com a intenção de acessar a faixa de desaceleração junto ao canteiro central e realizar um retorno. No entanto, ele não observou que vinha um veículo e, no momento da manobra, colidiu contra o Chevrolet Spin onde estavam as vítimas.

A Spin estava sendo dirigida por Ademir, de 63 anos, filho de Edite; com o impacto o veículo foi arremessado para a pista contrária, onde colidiu com um caminhão VW Delivery de São Leopoldo. A vítima, passageira do Spin, faleceu no local. Os outros três ocupantes do veículo ficaram feridos. Os motoristas da Hilux e do caminhão não se feriram.

Colisão aconteceu na tarde de quinta-feira. Frente do veículo onde as vítimas estavam ficou destruído.

Situação das vítimas

Ademir está internado no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) de Canoas. Seu irmão, Marcos Nogueira, informou que o estado é delicado e aguardam uma tomografia. “A ideia é avaliar se já é possível reduzir a sedação dele para que comece a acordar”, afirmou.

Rosane, esposa de Ademir, foi transferida para o Hospital de Sapiranga, onde se recupera bem. Luis Noguez, conhecido como “Bagé”, de 77 anos, foi levado ao HPS de Canoas e depois transferido para o Hospital São José, em Dois Irmãos. O estado dele é estável, e tanto ele quanto Rosane devem receber alta até sábado. “Todos terão meses pela frente para recuperar a mobilidade”, comentou Marcos.

“Ele sequer entrou em contato”

O velório e sepultamento de Edite ocorreram na sexta-feira (14), no Cemitério Católico 2, em Dois Irmãos. O clima na cidade é de comoção.

A família reforça o pedido por justiça e critica a postura do motorista da Hilux. “A família está enlutada, muito triste. Mas a gente está mais triste ainda porque já se passaram cinco dias desde o acidente e ele sequer entrou em contato. Nem com um corretor de seguro, nem com um advogado, ou até ele mesmo, para prestar algum tipo de assistência”, afirmou Marcos.

Ele também disse ter recebido informações de que o motorista estaria tentando atribuir a responsabilidade do acidente ao seu irmão. “Infelizmente, recebemos a informação de que ele anda espalhando que meu irmão estaria em alta velocidade e que essa seria a culpa. Sendo que, visivelmente, se percebe que no local todos os veículos que passaram antes do meu irmão, no vídeo é possível ver, todos andavam na mesma velocidade, e aquele local é de 80 km/h. Ele foi atravessar justamente naquele momento. Olhando o vídeo, já é possível ver que não era possível entrar no local”, afirmou.

Para Marcos, o mais correto seria que o motorista assumisse o erro. “Então, é isso que deixa a gente ainda mais triste, ele mentir para ele mesmo e para a sociedade de Parobé. É muito mais fácil dizer: ‘não vi, me deu um branco’, e entrar em contato. Há tempo ainda de tentar remediar”, completou.

A reportagem procurou Renato Marques de Souza para se manifestar, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

 

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.