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Em Santa Maria do Herval, os colonos enfrentam os desafios do clima e economia, mas sem parar

25/07/2024 - 10h11min

Atualizada em 25/07/2024 - 10h19min

Dionísio está na roça desde criança e observa as grandes transformações dos últimos anos (FOTO: Cleiton Zimer)

Nos últimos anos, os desafios para os pequenos produtores estão se avolumando

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval | Hoje, 25 de julho, celebramos o Dia do Colono. A sociedade como a conhecemos, principalmente na região, é o que é graças a estes homens e mulheres que, da terra, produzem o sustento.

E foi só a partir da persistência dos agricultores, que começaram a abrir picadas e lavouras entre os vales, plantando e colhendo à base da enxada, que as comunidades se estabeleceram e, vagarosamente, as demais possibilidades foram surgindo, como as indústrias e comércios.

Agora, mais do que comemorar, os colonos são lembrados como verdadeiros símbolos de resistência.

Nos últimos anos, com a crescente desvalorização dos pequenos produtores, colocando-os às margens do mercado com valores incompetitivos, há ainda os desafios do clima – ora muito seco, ora com excesso de chuva. E apesar disso, eles seguem, firmes, mantendo o legado de gerações.

 PERPETUANDO A TRADIÇÃO

 Exemplo disso é Dionísio Knorst, 52 anos, da localidade de Nova Renânia, interior de Santa Maria do Herval.

Cresceu em uma família numerosa, sendo o quinto mais novo entre 13 irmãos; todos colaborando nas tarefas rurais desde muito cedo. Ele mesmo ia para a roça aos 11 anos, ajudando na produção de batata, milho, feijão e derrubando o mato de acácia. Antigamente, era tudo na ‘base da mão’, com boi, carroça e arado, relembra.

 Novos desafios

Há cerca de 40 anos comprou um trator, uma realidade muito diferente da infância. “Ajuda muito.”

Mas, a facilidade da tecnologia vem com um fardo muito grande: preços. O que acaba rompendo com as novas gerações. A filha de Dionísio, por exemplo, buscou oportunidades fora da lavoura. Qualquer trator, para se ter ideia, beira os R$ 200 mil.

Às vezes, pensa-se em parar. Tudo está muito caro. Se precisar comprar algo para o trator, não é mais R$ 5 mil, é R$ 30, R$ 40 mil. Como está agora, não tem como“, lamenta Dionísio, refletindo sobre as pressões econômicas que afetam os pequenos produtores.

A volatilidade do mercado agrícola é grande, o que gera instabilidade e preocupação. “Não é como antigamente. Tem anos que vão melhor, outros piores.” Ele reconhece que, apesar das dificuldades e das mudanças tecnológicas, a demanda por alimentos permanece constante. “Hoje em dia é bem mais difícil, mas o alimento nunca pode faltar.

Determinação

Apesar dos obstáculos, ele está determinado a continuar. “Se não for à agricultura, teria que procurar trabalho em uma firma, talvez na construção“, pondera, mostrando o vínculo profundo com a terra que o sustentou por tantos anos.

Hoje, suas plantações são predominantemente de milho, com cultivos menores de feijão e batata.

Enquanto celebra mais um Dia do Colono, Knorst é um lembrete vivo da importância de valorizar e apoiar os agricultores familiares, verdadeiros heróis da segurança alimentar e do desenvolvimento rural.

 

 

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