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Empresário de Caxias do Sul preso por ameaçar caminhoneiros que eram contra a greve é solto

05/06/2018 - 15h54min

Atualizada em 05/06/2018 - 15h56min

Caxias do Sul – A Justiça Federal negou a prorrogação por mais cinco dias da prisão temporária do empresário de Caxias do Sul acusado de ameaçar caminhoneiros que estavam contra a greve. Ele também teria organizado grupos para que bloqueassem estradas, inclusive, na BR 116, em Vila Cristina, na divisa de Caxias do Sul com Nova Petrópolis.

O empresário é dono de uma transportadora. Ele estava preso desde a semana passada, quando a Polícia Federal realizou uma operação contra empresas que promoveram o crime de locaute, que é incitar grave ou bloqueios de rodovias.

Na quinta passada, em entrevista à Agência Brasil, o advogado do empresário admitiu que a voz gravada em ao menos dois áudios anexados ao inquérito é a de seu cliente. No entanto, segundo Lúcio Santoro Constantino, nelas o empresário não estava insuflando os caminhoneiros a impedir os companheiros a voltar ao trabalho, mas sim reclamando dos bloqueios que prejudicariam as atividades das empresas locais, incluindo a sua e a da família.

Até a última terça-feira (29), a PF já tinha aberto 48 inquéritos para investigar a ocorrência de locaute na paralisação dos caminhoneiros e encaminhado à Justiça vários pedidos de prisão. O crime de locaute está previsto nos artigos 197 e 200, do Código Penal, na parte que trata dos crimes contra organização do trabalho.

Operação

A Polícia Federal deflagrou, na manhã da última quinta-feira, a Operação Unlocked, para reprimir a prática de locaute em rodovias do Rio Grande do Sul. Mais de 60 policiais federais cumpriram três mandados de busca e apreensão nos municípios de Vale Real, Feliz e Caxias do Sul, e um de prisão temporária em um condomínio de luxo em Xangri-lá. A PRF e a Brigada Militar dão apoio à Operação.

O inquérito foi instaurado no dia 30 de maio, a partir de denúncias recebidas e de análise de informações. A investigação apontou que o administrador de uma grande transportadora estaria ameaçando caminhoneiros para que não realizassem o transporte de cargas, além de obrigar motoristas a desembarcarem dos seus caminhões e os abandonarem em postos de combustíveis. A atuação criminosa teria ocorrido nas rodovias RS-122, RS-452 e BR-116, na região dos municípios de Bom Princípio, Feliz e Vila Cristina, na divisa de Caxias do Sul e Nova Petrópolis.

Os crimes investigados na Operação Unlocked são atentado contra a liberdade de trabalho e associação criminosa.

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