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Empresário que já foi preso em operações da Lava Jato é encontrado morto em casa em Porto Alegre

25/03/2019 - 16h32min

Um homem foi encontrado morto dentro de casa na tarde de domingo (24), na Zona Sul de Porto Alegre. De acordo com a Polícia Civil, a vítima foi identificada como Antônio Claudio Albernaz Cordeiro. Conhecido como Tonico Cordeiro, o empresário era engenheiro agrônomo e já havia sido preso duas vezes em desdobramentos da operação Lava Jato que investigava atuação de doleiros.

A Polícia Civil investiga o caso.

“Tudo leva a crer que foi um suicídio, inclusive o trabalho pericial lá no momento entendeu nesse sentido, mas é claro que o laudo ainda não foi encaminhado, vai ser assinado pelos peritos e enviado”, diz o delegado Cassiano Cabral.

O delegado acrescenta que a polícia ainda colherá depoimentos. “Vai ser instaurado o inquérito policial, a princípio de suicídio, mas vão ser ouvidas algumas pessoas antes da conclusão.”

A morte também foi confirmada por seu advogado, Antônio Tovo, que preferiu não dar detalhes. Ele se limitou a dizer que ainda o representava no processo que resultou na última prisão dele na Lava Jato.

A última prisão de Tonico Cordeiro foi em maio de 2018 na Operação “Câmbio, Desligo”. Na ocasião, policiais federais chegaram à casa dele por volta das 6h e foram recebidos pelo caseiro. O diálogo deles foi o seguinte:

“Bom dia, estamos aí de novo”, disseram os policiais. “Outra vez”, comentou o caseiro. “Outra vez, tudo bem?”

“Tudo bem. Não muito bem essa visita a essa hora…”, respondeu o caseiro.

“Está dormindo o homem?”, perguntaram os policiais. “Está dormindo. Não dá para esperar um pouquinho?”, questionou o caseiro. Os policiais responderam: “Não.”

Depois de ser preso, Cordeiro foi solto no mês seguinte pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. A “Câmbio, Desligo” investigou um sistema chamado Bank Drop, no qual doleiros remetem recursos ao exterior através de uma ação conhecida como “dólar-cabo”. O “dólar-cabo” é o modo de envio de dinheiro para o exterior que não passa pelas instituições financeiras reguladas pelo Banco Central.

Em agosto de 2017, PF já havia cumprido mandados de busca e apreensão em escritórios e residências dos investigados.

A primeira prisão foi em março de 2016, na 26ª fase da Lava Jato, que recebeu o nome de “Xepa” e investigou crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro oriundos da Petrobras que teriam sido cometidos por empresários, profissionais e lavadores de dinheiro ligados ao grupo.

Fonte: G1

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