Geral
Entenda o problema no recolhimento de galhos que afeta Ivoti
PREFEITURA E EMPRESA DÃO SUAS VERSÕES E SE JUSTIFICAM
Ivoti – As dificuldades enfrentadas pela empresa responsável pelo recolhimento de galhos, a Junges Soluções em Limpeza Urbana, devem ser solucionadas até março. Enquanto não há um acerto referente ao contrato estipulado com a Prefeitura, o município permanece cheio de restos de podas pelas ruas e calçadas.
Relatos de moradores apontam que não é possível fazer uma poda de alguma árvore em sua propriedade, sem que os restos fiquem mais de dois meses acumulados à beira da rua ou sobre o passeio público. Mesmo as situações sendo reclamadas à Prefeitura, ainda assim ocorre a demora para acontecer o recolhimento.
Diante da falta de resposta denunciada pela comunidade, a reportagem percorreu todos os bairros para averiguar o problema, pontuando todas as ruas com restos de árvores. Entre o último domingo do ano passado, dia 25, e a quarta-feira, dia 28, foram contabilizados 81 pontos de acúmulo de galhos.
No início desta semana, em novo levantamento, este número já havia reduzido para cerca de 65 locais. Entretanto, ficou constatado que, em algumas ruas, das quais o recolhimento teria sido realizado, ainda haviam galhos e restos de podas no mesmo local. Além disso, já havia sido iniciado o serviço em outra área, sem que todos os resíduos tivessem sido retirados da anterior.
Apesar da reclamação, por medo de não ter o serviço realizado, ou mesmo sofrer retaliação, muitos moradores não quiseram se identificar, mas comentaram que demora um grande espaço de tempo para o caminhão da empresa contratada passar e recolher esses materiais. Segundo um ivotiense, galhos estão se acumulando há mais de dois meses em frente a sua casa. “Ligo para a Prefeitura, mas a única informação recebida do setor é no sentido de ter que aguardar o dia da coleta”, diz.
ALTA DEMANDA E MISTURA
Procurada, a responsável pela coleta de entulhos, a Junges Soluções, deu sua versão sobre o problema. O representante, Rodrigo Junges, disse que o trabalho está sendo feito todos os dias, cumprindo com o que foi acordado com a Prefeitura. Ele argumenta quanto à dificuldade em atender todo o município dentro do prazo estipulado inicialmente. Acredita que a Administração Municipal não imaginou, quando da contratação, que haveria tantos resíduos para coletar. Entende que o atual calendário é impossível de cumprir. Junges chega a detalhar que o caminhão tem rastreador, e que os trabalhos podem ser monitorados.
De acordo com o empresário, atualmente, o calendário de coleta de resíduos do Setor 1 prevê 15 dias em determinados bairros, e estavam coletando no Vista Alegre, quando tiveram que retornar para o setor 2, que inclui o Centro, São José, Farroupilha, e 25 de Julho.
PREFEITURA SE JUSTIFICA
Questionada, a Prefeitura dá razão à Junges. Em nota, o Executivo descreve que a grande quantidade de podas têm atrasado o serviço, mas que pretende melhorar o atendimento. Além disso, também ressalta que a mistura de materiais junto com os galhos, dificulta a coleta. Há casos em que a empresa se depara com restos de madeira, pedras, fezes de animais, etc. Esses resíduos precisam ser separados, pois a Junges leva somente os restos de poda para agricultores fazerem adubo. Portanto, eles precisam da colaboração da comunidade.
Como forma de evitar essa mistura de resíduos, o secretário de Meio Ambiente Ismael Petry destaca que as ações serão no sentido de fiscalizar a poda incorreta de árvores, pois essas, não podem passar de 30%. Além disso, notificará as pessoas que misturarem com outros materiais e não recolher até que estejam separadas.
Terceirização
O contrato com a Junges começou em junho, com o custo de R$ 33.900 por mês. Antes, era feito pela secretaria de obras, que mandava os resíduos para um depósito. A empresa atual trabalha de segunda a sexta e pode ser monitorada via satélite.
O secretário Ismael ressalta que, agora, as podas são trituradas na rua e enviadas aos agricultores cadastrados. O serviço não precisa passar por outro local, indo direto para o destino correto.
Questionado sobre o porquê da não utilização do triturador adquirido pela Prefeitura há alguns, o secretário justificou que o mesmo não é móvel e que, portanto, não pode percorrer as ruas.
Dias de coleta
Quanto ao cronograma, a Prefeitura aponta que ele será ampliado para 30 dias. No primeiro mês, o caminhão e o triturador passam pelos bairros São José, Centro, Farroupilha, 25 de Julho, Brasília, Harmonia, Concórdia, Jardim do Alto, Palmares e Sete de Setembro.
Já no segundo mês a coleta acontece no Bom Pastor, Morada do Sol, Jardim Buhler, Bom Jardim, Jardim Panorâmico, Cidade Nova, União, Vista Alegre e Colina Verde.