Geral

Escritora de Nova Petrópolis refaz viagem feita pelo pai há 25 anos e encontra parentes Seger

08/11/2022 - 16h39min

Erhard com a esposa e Helena (Créd. Arquivo Pessoal)

Em 1997, ele, Walter Seger, encontrou um primo distante, Enhand Seger, e prometeram manter laços

GIAN WAGNER BAUM

Brasil/Alemanha – Em 1997, Walter Seger (1928-2009), então com 69 anos, estava na Suíça procurando parentes do Padre Theodor Amstad. Durante a viagem, ele procurou (e achou) o sobrenome Seger em uma lista telefônica alemã e, através de amigos da comunidade teuto-brasileira local, chegou a um endereço em Beckingen, uma cidade que hoje tem 15,5 mil habitantes. Neste local, ele tocou a campainha e, para a surpresa de Walter, não era apenas o sobrenome Seger que os primos de sexto grau tinham em comum. O afeto parental foi quase imediato e as coincidências fizeram a amizade ser praticamente instantânea. O sentimento, conforme descrito em um jornal alemão de 1997, foi de que ambos se conheciam desde sempre. “Não nos procuramos, mas graças a Deus nos encontramos mesmo assim”, disseram os dois à reportagem há 25 anos.
A professora e escritora Helena Seger-Weber, que mora no Pinhal Alto, em Nova Petrópolis, é um dos seis filhos de Walter, que faleceu em 2009. Helena estava em viagem na Europa e após visitar uma ex-colega que vive em Wake, na Baixa Saxônia, e reencontrar um antigo professor que mora em Hessen, ela seguiu os rastros do pai e foi conhecer pessoalmente os parentes Seger da Alemanha.

Reportagem de 1997, em alemão, fala da visita de Walter a Erhard (Créd. Reprodução)

Com Erhand e a família, Helena ficou cinco dias. Chegou de trem indo de Göttingen para Dillingen. Uma das primeiras atividades foi participar de uma noite de churrasco (em alemão, grillabend) na casa da filha de Erhard, Anne. Helena também visitou com os anfitriões outros parentes no Seniorentag na Kulturund-Sporthalle. Esse evento contou com missa, almoço, canto e música. No evento ela aproveitou ainda para conhecer mais primos e o prefeito local. Nos cinco dias que ficou com os parentes e pôde ainda conhecer o Hargarten, onde se tem o mais remoto conhecimento da origem do primeiro Seger.

AS COINCIDÊNCIAS SEPARADAS POR UM OCEANO – Quando Walter encontrou Erhard, os dois não tinham apenas o sobrenome em comum. Os primos (literalmente) distantes tinham muito em comum. A começar pela profissão: ambos professores. Na cultura, os dois eram regentes de coros. Eram também genealogistas e, para completar, foram políticos nos respectivos municípios. Walter foi vice-prefeito de Nova Petrópolis na década de 1970 e Erhard prefeito na Alemanha por três mandatos. “Erhard Seger é nossa referência na Alemanha. Assim como ele, meu pai também fez muito pela comunidade. Os dois realmente eram muito parecidos”, revela a filha Helena.

Museu da Emigração
Estamos acostumados em monumentos e homenagens aos imigrantes, esquecendo que no Velho Mundo eles são lembrados como emigrantes, deixando sua terra natal em busca de uma vida nova. Foi isso que os antepassados de Walter e Helena e de muitos Segers do Brasil fizeram. Quem emigrou para o Brasil foi Martin Seger, que era trisavô de Walter e tataravô de Helena. Antes de ir para o Brasil, Martin viveu com a esposa Anna em Hargarten.
Mas nada dessa história foi encontrada por Helena no Museu da Emigração, em Bremen. O emigrante que eles retratam lá é um emigrante que saiu da Alemanha na década de 1930, depois da guerra. Tem muito pouco, pra não dizer nada, destes que vieram para Nova Petrópolis e demais municípios da região”, conta.

Reportagem em alemão sobre a visita de Helena. Estará na íntegra na publicação desta matéria (Créd. Reprodução)

Copyright© 2020 - Grupo o Diário