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Esposa teria encomendado a morte de policial militar

23/12/2019 - 11h27min

Atualizada em 23/12/2019 - 11h32min

A Polícia Civil divulgou na manhã desta segunda-feira, 23, detalhes da investigação sobre a assassinato do sargento Ezequiel Freire dos Santos, 50 anos, ocorrido em 10 de dezembro em uma empresa de reciclagem em Novo Hamburgo.

As imagens captadas pelas câmeras de segurança levaram a polícia a suspeitar que o policial da reserva havia sido vítima de um crime encomendado. O atirador ingressou no local fingindo vender cobre, e enquanto Ezequiel estava distraído, efetuou cinco tiros contra o peito e cabeça da vítima, que morreu na hora.

A Polícia efetuou quatro prisões preventivas após apurar as primeiras linhas de investigação. Cinco pessoas estariam envolvidas no crime e uma delas está foragida. Foram detidos Ricardo de Melo, 35 anos, identificado como o autor dos disparos. Ele apontou Evandra Palmira de Oliveira, 40 anos, que mantinha relacionamento com o policial há um ano e 10 meses, como uma das pessoas que teria arquitetado e ordenado a morte.

Em depoimento a mulher alegou que era agredida pelo marido e, por isso, queria que ele fosse morto. Pelo crime, segundo Ricardo, foram pagos R$ 300. Além deles, também está preso um casal que mantinha uma reciclagem e um centro de umbanda próximo ao estabelecimento de Freire. Veronilda Velsi de Oliveira, 79 anos, e João Carlos Ribeiro, 59 anos, teriam ajudado a a orquestrar o plano da morte e entregue o revólver de calibre 38 ao atirador. Um quinto suspeito, Alex Sebenello de Oliveira, 34 anos, filho de criação deste casal, está foragido.

Ricardo Melo foi o autor dos disparos que vitimaram policial militar da reserva

Investigação

Enquanto ouvia testemunhas, a polícia tentava identificar quem era o atirador que aparecia nas imagens captadas pelas câmeras da reciclagem. Na sexta-feira, dia 13, a companheira da vítima foi ouvida na delegacia. Ela apresentou algumas contradições, que fizeram a polícia passar a suspeitar dela.

Naquele momento, questionada se era agredida pelo marido, Evandra negou. Neste mesmo dia, o atirador foi identificado como um morador de Viamão, usuário de drogas. Ele acabou capturado pela Brigada Militar. Foi levado para depor e acabou confessando o crime.

Ricardo contou que foi procurado por Alex, também morador de Viamão, para fazer uma ligação clandestina de água na casa dos pais dele em Novo Hamburgo. Em uma motocicleta, os dois teriam seguido até lá, onde Ricardo teria sido informado que o serviço era outro. Ele receberia R$ 300 para matar um policial aposentado, vizinho deste casal. Para isso, na residência de Veronilda e João Carlos recebeu um revólver de calibre 38, usado no crime.

O pagamento pela execução teria sido feito por Evandra, mas Veronilda teria exigido ficar com R$ 100. Ricardo contou que no dia do crime esteve três vezes na reciclagem da vítima. Na primeira para saber quem era o policial, na segunda na tentativa de cometer o crime, mas Freire estava saindo em um veículo e na terceira quando concluiu o plano. Nas três vezes, levou objetos para serem comercializados na reciclagem. Na primeira, chegou a vender cobre por R$ 44 ao sargento.

Segundo Niederauer, a versão foi confirmada por imagens de câmeras de segurança. Além disso, na segunda vez em que esteve no local, foi visto por uma testemunha, que reconheceu o autor confesso. Segundo o depoimento de Ricardo, Evandra garantiu que as câmeras estariam desligadas no momento do crime.

Créd. GaúchaZh

 

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