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EUA e 14 países expulsam diplomatas russos
Os Estados Unidos anunciaram, nesta segunda-feira (26), a expulsão de 60 russos e o fechamento do consulado da Rússia em Seattle. A decisão é parte de um gesto coordenado com outros países ocidentais, em razão do ataque químico contra um ex-espião russo no Reino Unido.
Em uma nota oficial, a Casa Branca informa que a ação foi adotada “em conjunto com nossos aliados da Otan”, acrescentando que Washington está disposto a construir melhores relações com Moscou, mas que isso só será possível “com uma mudança no comportamento do governo da Rússia”.
Simultâneo ao anúncio americano, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, informou que 14 países da União Europeia também decidiram, nesta segunda, expulsar diplomatas russos.
Entre os países que anunciaram a expulsão de diplomatas russos estão Alemanha (quatro expulsos), França (quatro), República Tcheca (três), Itália (dois), Dinamarca (dois), Ucrânia (13) e Polônia (quatro).
Em resposta à decisão, o Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que a expulsão em massa de diplomatas “é um gesto provocador e esta decisão inamistosa não ficará sem reposta”.
Ataque
Serguei Skripal, 66 anos, e a filha dele, Yulia, 33, sofreram uma tentativa de homicídio com um agente nervoso, em 4 de março, em Salisbury, na Inglaterra. Skripal — ex-coronel do serviço secreto militar russo que passou informações aos britânicos — e a filha foram encontrados inconscientes em um banco de rua da cidade inglesa. Os dois ainda estão hospitalizados.
Após ser condenado a 13 anos de prisão por passar informação a Londres, Skripal ingressou em uma troca de espiões no aeroporto de Viena, em 2010, e desde então mora no Reino Unido.
A Rússia negou qualquer responsabilidade no caso, denunciando uma campanha de difamação.
No dia 20 de março, 23 diplomatas russos abandonaram Londres após a primeira-ministra britânica, Theresa May, suspender os contatos bilaterais com Moscou em resposta ao ataque.
— A Rússia é culpada pelo atentado com uma arma química — afirmou May no Parlamento, depois de concluído o ultimato que Londres deu a Moscou para explicar-se sobre incidente.
Em represália à expulsão dos diplomatas russos, então, Moscou expulsou diplomatas britânicos do país na sexta-feira (23).
Há várias coincidências que apontam para a culpa do Kremlin. O longo histórico do governo em perseguir e matar traidores — Skripal, por anos, foi agente duplo — ou opositores. Também é conhecida a atuação além das fronteiras da pátria russa do serviço de inteligência, no qual o presidente russo Vladimir Putin trabalhou.
Outra evidência é que, no corpo das vítimas, foi encontrado Novichok, complexo de substâncias tóxicas desenvolvido pela União Soviética nos anos 1970 e 1980.