EXCLUSIVO: Eduardo Leite avalia questões relacionadas a Encosta da Serra

Região – Em entrevista aos jornais da Associação de Diários do Interior (ADI-RS), Eduardo Leite falou das principais conquistas alcançadas pelo governo durante os primeiros seis meses de mandato e respondeu questionamentos sobre demandas da Encosta da Serra. Confira:

Diário – As prefeituras têm recebido notificações judiciais de pacientes que precisam de leitos. Os prefeitos alegam que é função do governo do Estado proporcionar as vagas. Como o governo trabalha a situação?

Leite: “A Secretaria da Saúde (SES) vem permanentemente revisando os contratos dos prestadores do SUS, com o objetivo de otimizar a oferta de leitos e demais atendimentos. No Estado, a maior parte da rede hospitalar é filantrópica, sendo que tais contratações são limitadas à capacidade instalada oferecida ao SUS, ou seja, a contratualização dos serviços depende da oferta de leitos dos prestadores.

Da mesma forma, existe a limitação orçamentária para ampliações de serviços. Não medimos esforços para manter os repasses em 2019, bem como regularizar os atrasados, entendendo ser um importante passo para garantir o acesso da população aos serviços de saúde. Atualmente, o Governo do Estado está em dia com os repasses aos hospitais”.

Diário – A falta de medicamentos é um grande problema dos municípios. Em Ivoti, por exemplo, a Prefeitura informou que o governo do Estado deve diversos medicamentos ao município. Como regularizar esta situação?

Leite: “Este é um problema que afeta todo o País, visto que há atrasos por parte do Ministério da Saúde e também das gestões estaduais. A secretaria da Saúde Estadual está promovendo uma série de ações para regularizar o abastecimento, das quais vale destacar: antecipação do orçamento para aquisição de medicamentos; reestruturação de fluxos internos de monitoramento dos abastecimentos; contato com os fornecedores sobre a situação de entregas pendentes; entrega de cronograma de pagamento com os fornecedores.

A partir dessas ações, houve redução de 44% dos medicamentos que estavam em estoque crítico. Mas procuramos garantir todos os medicamentos demandados por via judicial, diante da variedade de itens e da limitação financeira. Em Ivoti, 596 pessoas utilizam medicamentos repassados pelo Estado”.

Governador participou do 15º Seminário de Benchmark dos Diários do Sul do Brasil em junho (Créd. Assessoria Governo do Estado)

Diário – A nossa região faz parte da Rota Romântica e ainda carece de um maior apelo turístico, embora a nossa área seja rica em diversas áreas, podendo gerar um grande retorno para os municípios. O governo projeta melhorias no turismo da nossa região?

Leite: “Apostamos no turismo para estimular a economia no Estado. Um dos exemplos nesta área é o + Turismo RS, cujo termo de compromisso e cooperação técnica com o Sebrae-RS foi firmado no último dia 31.

Esse programa itinerante oferecerá apoio técnico aos municípios interessados em aprimorar sua estrutura para atrair e fomentar o turismo. Será levado conhecimento às 27 regiões turísticas do Estado, tanto para representantes do setor público quanto do privado. O programa facilitará a adesão a linhas de crédito, com juros facilitados e prazos alongados.

As ações começam no dia 15/08. Serão realizados 27 encontros, contemplando 371 municípios. O objetivo é melhorar a estruturação dos destinos turísticos, com linhas de financiamento específicas em áreas como infraestrutura, mobilidade, edificações de uso público destinadas às atividades turísticas, centro de convenções, centros de apoio ao turista, teatros, conjuntos históricos, entre outros. Outras ações que terão reflexo no turismo estão relacionadas à logística. As concessões de rodovias à iniciativa privada contribuirão para melhorar a infraestrutura em nosso Estado”.

Diário – Nossa região tem forte apelo na agricultura familiar. Qual a importância que o senhor atribui à prática e há no horizonte algum plano maior de incentivo às famílias?

Leite: “Conforme o Censo Agropecuário do IBGE de 2017, 83,7% do total de estabelecimentos rurais do Estado tem até 50 hectares e se enquadram como agricultura familiar. Pela importância socioeconômica, vamos fortalecer as políticas de Estado existentes, com assistência técnica e extensão rural prestada por meio do convênio com a Emater.

Também queremos incentivar a legalização de agroindústrias com novo modelo de adesão ao Sistema Unificado Estadual de Atenção à Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf-RS)”.

Diário – Qual sua mensagem para os municípios do interior do RS?

Leite: “Otimismo. Apesar da crise e das dificuldades que o governo enfrenta, conseguimos viabilizar a renegociação das dívidas da saúde do Estado com municípios e hospitais e estamos mantendo em dia os pagamentos.

A partir de parcerias com a iniciativa privada, seremos capazes de ampliar os investimentos em rodovias, portos e hidrovias, para qualificar a infraestrutura e garantir boas condições para quem produz”.