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Expositores fazem força-tarefa para reconstruir e retomar o Armazém da Feira Colonial de Ivoti
Ivoti – A luta contra o tempo para recuperar o Núcleo de Casas Enxaimel é também a luta de muitas famílias para voltarem a ter sua principal fonte de renda. Há mais de duas semanas, desde a passagem do ciclone pela região, servidores, voluntários e associados trabalham incansavelmente naquele que não é apenas o principal ponto turístico do município, mas também o local da principal de ocupação de muitos ivotienses.
E um destes exemplos está na Associação da Feira Colonial de Ivoti, a Afecoi. Grande parte dos associados que expõe no local dependem exclusivamente do movimento em feiras e eventos no Núcleo de Casas Enxaimel. Já outros associados, que comercializam em outros espaços, também veem no Núcleo a principal vitrine para seus produtos.
Na última sexta-feira, dia 30 de junho, um novo mutirão foi realizado por um grupo de associados. E estes mutirões não são eventos especiais. Virou praticamente algo da rotina destes expositores chegar no Núcleo cedo e não ter hora para voltar para a casa, onde a única tarefa é limpar e reorganizar o mais rápido possível o Armazém da Feira Colonial, antiga Casa Zimmermann, e a estufa onde são comercializadas plantas diversas.
Na última semana, o objetivo dos trabalhos do grupo estava na limpeza dos espaços, colocação de brita decorativa no piso da estufa e reparos no assoalho de madeira da casa, que ficou danificado com o barro causado pela enchente do Arroio Feitoria.
A expectativa de todos associados é retomar o quanto antes a comercialização de produtos no local, afinal, sua principal fonte de renda vem de lá. Entretanto, eles entendem a importância da organização e da recuperação de uma estrutura mínima para voltarem a expor seus produtos.
Momento sem vendas está sendo complicado
“Os últimos dias têm sido difíceis. Eu dependo exclusivamente do Núcleo. Tenho a banquinha nas casinhas, faço a feira e aqui no Armazém desde que abriu. Tivemos perdas dobradas com a casinha e aqui. São anos e anos de batalha. Mas vamos nos recuperar”, disse Cleonice Kronbauer, que vende produtos de panificação e confeitaria.
“São tantos anos de investimento aqui. E por isto tu acaba dependendo deste retorno. São pelos menos duas décadas de investimento aqui no Armazém e com as feiras. Isto é parte da minha receita. E agora, sem isto, o momento está sendo complicado”, disse Blásio Alberto Bervian, que comercializa sucos, licores e vinhos.
“Não dependo exclusivamente do Núcleo, mas faz falta expor e comercializar meus produtos aqui. Tomara que comece de novo. Aqui é como se fosse uma segunda casa para mim. Nós fomos os primeiros que começamos a vender aqui no Núcleo. Estamos ansiosos para retomar”, contou Iraci Berghan, que vende produtos coloniais e flores.
“É bem complicado né. Se pudéssemos vender direto era melhor ainda. Mas agora temos que esperar. Eu também vendo nas quintas e sábados no Centro e na Colônia Japonesa. Mas não se compara com as vendas daqui. É a minha principal fonte de renda”, disse Protásio Fuhr, que expõe e vende verduras no Armazém.
“Hoje, a gente tem no Núcleo uma parceria. Entramos mais como prestador de serviço para divulgar a marca para turistas. No armazém, eu me solidarizo com meus colegas da associação que dependem desta venda para sobreviver. Estamos correndo contra o relógio para ajudar a abrir o Armazém e equilibrar para quem realmente necessita desta fonte de renda”, disse Giovani Schneider, que divulga a Erva Mate Schneider no espaço.
Vaquinha para recuperação
Os membros das associações Afecoi, responsável pelo Armazém da Feira Colonial, e da Adetur, responsável pela Casa do Artesão, que perderam praticamente tudo na enchente do Núcleo de Casas Enxaimel, criaram uma vaquinha online para ajudar na recuperação do principal ponto turístico do município.
As doações podem ser feitas pelo PIX 3824289@vakinha.com.br ou através de um link disponibilizado em nosso site. Até este final de semana, a ação havia arrecadado cerca de R$ 7 mil, com contribuições de mais de 100 doadores.