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Falecimento de Ana Veiga, ex-jornalista do Diário, completa um mês nesta quinta
Ivoti/Porto Alegre – Nesta quinta-feira, 23, completa-se um mês da despedida da jornalista Ana Paula Veiga, que faleceu em decorrência de complicações da Covid-19, internada no Hospital Santa Rita, em Porto Alegre, onde também passava pelo terceiro ciclo de quimioterapia. Para eternizar sua passagem, a amiga e também jornalista Francine Malessa encaminhou uma mensagem que define muito bem quem foi Ana.
“A Ana era uma garota latino-americana, vinda do interior e que trazia na sua cabeça canções de um antigo compositor cearense. Em uma delas, ele cantava ‘amar e mudar as coisas me interessa mais’. Essa foi a Ana. Ela amou e mudou muitas coisas.
Ainda parafraseando Belchior, não me peçam que eu faça uma declaração como se deve correta, branca, suave, muito limpa e muito leve. Porque a Ana foi correta, mas transgressora. Foi intensa e foi pesada, mas pesada por querer viver. E viveu de forma leve.
Tudo o que ela tocava se transmutava. Ela foi uma mulher que levantou outras mulheres. Ela foi um dos meus espelhos. Muitas vezes a minha força vinha dela, do poder que ela transmitia. Uma amiga fiel e justa, que vibrava felicidade e vida ao mesmo tempo em que empenhava seriedade quando necessário. Inclusive, aconselhando quando precisávamos.
A Ana foi a irmã que eu gostaria de ter tido, se tivesse. Mas, de certa forma tive, através dela. Ela foi uma colega de trabalho admirável. Como eu ficava feliz de ter escolhido a mesma profissão que ela. Afinal, se não fôssemos jornalistas, provavelmente ela não teria entrado na minha vida. Dividimos a trajetória enquanto repórteres do Diário. Depois, seguimos em direções opostas, mas sempre juntas. Sempre em contato, nos encontrando e dividindo sorrisos. Histórias que hoje amenizam a dor da sua partida.
Em uma das últimas conversas que tivemos, ela me disse que podíamos não nos falar mais todos os dias, mas que o vale a gente sabe muito bem. “Com essa doença aprendi muito sobre valorizar as pessoas e os momentos. Fica a dica para nós: quando pudermos, temos que nos ver e papear. Vale para todas as relações e pessoas que gostamos”.
É com esse conselho da própria Ana que encerro essa homenagem. Vivam, valorizem o que vale na vida de vocês, sejam relações e pessoas que vocês gostem. A vida é um sopro e, talvez no próximo vento, ela pode levar uma pessoa amada.”