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Flávio Müller, o Yannes, deixou muita saudade por onde passou

13/01/2022 - 14h34min

Flávio Müller com filhos, nora, netos, esposa e a mãe dele

“Flávio foi personagem importante no partido e na política local”

Por Carla Fogaça

Dois Irmãos- Flávio Müller, mais conhecido como Yannes, de 65 anos, foi vítima de infarto em casa na noite de 31 de dezembro, foi socorrido pelo Samu, mas acabou não resistindo. Ele trabalhava, atualmente, como Chefe do Departamento de Materiais e Patrimônio da Prefeitura de Dois Irmãos, desde 2013. Também havia atuado como Chefe de Gabinete entre 1º de março de 2001 a 29 de dezembro de 2008.

Era amante do esporte, brincalhão e prestativo, foi presidente do União. Também foi vereador nas legislaturas de 1982/1988 – 1993/1996 – 1997/2000 – 2001/2004 e em 200 foi presidente da Câmara. No fim dezembro entregou a presidência da Paróquia Evangélica de Confissão Luterana São Miguel em Dois Irmãos, onde atuava desde 2018.

Confira alguns relatos sobre Yannes:

“Eu e o Flávio, em 1982, fomos apresentados ao PMDB, pelo Renato Dexheimer, partido do qual nunca mais saímos. Nos tornamos amigos, no mais elevado sentido do termo. O Flávio sempre foi uma pessoa razoável, leal, sem maquiavelismos. O Flávio foi, ao longo desses anos todos, um personagem importante no partido e na política local. Perdi um dos meus melhores amigos. A comunidade perdeu um cidadão idôneo, responsável e atuante. As circunstâncias levaram o Flávio com pelo menos 10 anos de antecedência ante uma razoável ocasião. Foi um acontecimento muito triste”.

Juarez Stein, vice-prefeito.

“Sobre ele eu tenho muito a falar, conheci ele quando jogava bola, era um baita zagueiro. Depois reencontrei ele quando foi vereador e presidente da Câmara. Sempre uma pessoa, feliz, tranquila, honesta, sempre bem atencioso e no trabalho era muito dedicado e de confiança, sempre disposto a colaborar. A última imagem que tenho dele foi na sexta-feira, 31, onde estive na prefeitura e eu brinquei pedindo batata para ele e ele disse: Não tenho batata, mas terei manga e vou trazer”.

Roque Mombach, o Tigrão, servidor público.

“O que falar do Yannes? Era uma pessoa querida, tanto a família, como a política, o futebol, principalmente a União, onde ele foi jogador e presidente, perde um líder, perde um grande parceiro e amigo. Ele vai fazer falta no meio de nós, mas a vida quis que isso acontecesse com ele, mas tenho certeza que a comunidade e todos que conheciam ele lamentam pela vida dele. É uma grande perda”.

Miguel Engelmann, empresário e ex-presidente do União.

“Eu tenho a dizer que ele foi uma pessoa sensacional, simples, humilde, sempre pronto a colaborar. Sempre atendia a todos não importava quem quer que fosse. Vai nos fazer muita falta e deixar saudades. Ele foi chefe de Gabinete no meu mandato e trabalhou muito bem e tudo que passou. Uma pessoa do bem, que vai deixar saudades”.

Renato Dexheimer.

“O Yannes era muito, muito especial para nós”.

Tânia Terezinha da silva, ex-prefeita de DI.

 “O Yannes era muito meu amigo. A gente se criou junto. Ele e a Marlise tiveram quatro filhos, três guris e uma menina. E na nossa família também, três guris e uma menina.
Nossas famílias sempre foram amigas. Então a gente sempre ia para a lagoa em São Lourenço e era aquela turma na infância, dois casais e oito filhos. Quando tive meus problemas de saúde, ele me ajudou muito, levando a Porto Alegre e NH.

Ele era zagueiro na infância. Depois fizemos um time, quando foi inaugurada a quadra no ginásio do Santa, o nosso time, Gotas de Ouro, foi o único que ganhou do Cruzeiro na época.
Cobrei escanteio e o Yannes fez de cabeça. No clube União ele trabalhava junto na diretoria, da mesma forma na campanha política. No União ele foi presidente, mas sempre gostava de ser secretário, ficar nas atas. O Yannes nunca dizia não, sempre ajudava todo mundo, gostava de tudo com Perfeição, tudo detalhado, escrevia tudo bonitinho e de forma organizada.
Um grande amigo. Dois irmãos vai sentir muita falta”.

Roque “Linz” Blume.

Relato da esposa Marlise Müller:

“O Flávio foi um marido e companheiro exemplar durante 44 anos. Alegre, brincalhão, comprometido com a saúde, a educação e felicidade dos filhos, Jonas, Samuel, Ramon e Flaviane, assim como dos Netos Matheus e Manuela. Estava irradiante com a notícia que seria mais uma vez avô, tinha paixão por crianças. Parceiro na diretoria da Igreja, na política, danças, pescarias, canastras, no chimarrão ou cervejinha ao anoitecer. Sempre dava um jeito de resolver da melhor maneira possível as dificuldades do dia a dia, sendo familiares, profissionais ou mesmo da comunidade, era um apaziguador. Fomos abençoados com 4 Filhos, 3 Noras e 1 Genro, os quais consideramos filhos, e 3 Netos, que juntos, me surpreendem no apoio e serenidade. Grata sou e digo: Juntos Somos Mais!”

Relato dos filhos:

Flávio faleceu na noite de 31 de dezembro

Jonas Müller, 40 anos, o primogênito.

“É tarefa árdua descrever em poucas linhas, todas as virtudes e ensinamentos deixados por este senhor, culto, de coração mole e benevolente, o qual temos o maior orgulho e privilégio de termos como pai. Nessa função, sempre presente, amável, atencioso, incumbido na missão de nos passar conhecimento, educação, mas, principalmente valores morais. Já perante a sociedade, estava sempre disposto a ajudar a todos, de todas as formas ao seu alcance, sem medir esforços. Me recordo de dezenas de situações de pessoas q vinham ao seu encontro, pedindo ajuda, seja para levar um ente querido ao médico, para dar de comer a família, necessitando algum tipo de assessoria, ou até conselhos de um bom amigo, tratava a todos como seus iguais, com respeito e amor. Meu pai sempre será um modelo de homem honesto e caráter íntegro, a ser seguido de geração em geração neste sangue corrente em nossas veias”.

Ramon Müller, 38 anos, terceiro filho.

“Palavras sempre serão poucas para expressar o sentimento do vazio deixado pela sua partida prematura desse plano. Mas são os planos de Deus e assim devemos seguir. Exemplo de Pai e Avô, comprometido com a família, comunidade e ser sempre justo no que fazia.

Entusiasta da história da região e dos antepassados, dedicou muito tempo atrás de registros, cartórios e cemitérios, buscando identificar a origem dos nossos familiares e “completar” a árvore genealógica da nossa família. Nos últimos meses, conseguiu identificar praticamente todos e planejava realizar um de seus maiores sonhos, o de viajar para Alemanha, porém, o tempo não esperou.

Amante da literatura e do português, estava escrevendo seu livro e autobiografia, “ORIGEM, SAGA E LEGADO DE UM POVO”, agora incompleto, mas cheia de histórias e contos, que precisamos compartilhar de maneira a registrar sua passagem não apenas na memória mas também em livro. Vamos tentar publicar de alguma forma, em respeito e orgulho pelo que fez por todos”.

Flaviane Müller.

“Assim como meus irmãos, só tenho a agradecer e elogiar nosso querido pai. Ele sempre foi um exemplo de homem, principalmente como esposo, sendo muito companheiro de nossa mãe, no carteado, na pescaria e de tantos outros momentos. Ele sempre foi generoso e humilde, se necessário, tirava do seu para dar ao próximo. Jamais deixou faltar algo em casa, e nos ensinou o que há de mais belo em um ser humano, que é ter caráter, princípios, valores, palavra, humildade, honestidade e tantas outras qualidades que ele possuía. Como avô, sempre foi muito amável e parceiro nas brincadeiras com os netos. E no geral, sempre tratou a todos com igualdade e respeito, buscando aconselhar e ajudar da melhor maneira possível, sem, jamais, pedir algo em troca. Adorava cuidar de suas plantinhas e quando chegava em casa, antes mesmo de passar pelo portão, já brincava com nossas cachorrinhas. Lembro me da época de campanha política, quando íamos aos bairros, de rua em rua, distribuindo panfletos e ‘santinhos’. Alguns agradeciam, já outros ‘corriam’ com a gente. E no final, íamos tomar refrigerante e comer algo. O nosso emocional pode ter caído, mas nossa família permaneceu forte e unida, como sempre. Estamos nos adaptando ao cenário sem a presença física dele, mas sem ele, jamais, pois ele sempre estará em nossas mentes e corações. A saudade aumentará cada vez mais, mas só sentimos de quem nos fez/faz bem. Segundo meu esposo, fica um legado de um exemplo de pessoa a ser seguido, e uma reflexão sobre como seremos lembrados no futuro. Espero que também seja pelo bem que fizemos ao próximo assim como nosso pai fez. Embora eu tenha externado um pouco sobre a pessoa maravilhosa que nosso pai foi, não existem palavras que possam expressar a honra de ser sua filha e a honra de quem, que por mais breve que fosse, tenha cruzado o seu caminho. Agora nosso pai encontrou nosso avô paterno, e tenho certeza de que lá de cima, o grande Yanes continuará cuidando de todos nós como fez aqui na terra. Pai, sempre te amamos e assim continuaremos”.

Samuel Müller.
“Um pai presente que nunca deixou falta nada em casa, onde, sua preocupação mais importante sempre foi ensinar, guiar, acolher e motivar. Nos criou projetando sempre o seu caráter único e servidor. Eterno servidor do amor pela família. Sempre nos estendeu a mão com uma doação imensurável de amor”. A dor e o vazio serão eternos. O amor, exemplo e legado que deixou nos traz a vitalidade e motivação necessária. Cada um de nós carrega uma fração dele e isso nos uni para seguirmos e tentarmos replicar de alguma forma essa contribuição. União que a mãe comenta e que ele sempre pregou: Juntos somos mais fortes.

Como eramos amantes do futebol, eu particularmente me recordo do dia em que fiz um belo gol em um campeonato no qual disputei há muito tempo (algo raro na minha breve carreira esportiva amadora), e ele grita da arquibancada e com todo o orgulho de um pai do mundo: Este é o meu filho! Meados do segundo período da partida eu fui expulso por um ato indisciplinar, logo, veio o segundo grito: Este não é o meu filho! (risos). Obviamente que o tom e intenção foram de descontração. Por fim, ficou o ensinamento de como não fazer e muitas vezes igual ao que ele fazia em campo quando jovem. Isso sem contar a sua história preferida: da chuteira esquerda no pé direito para bater uma bela falta em curva. Outras memórias que carrego comigo são de quando me assistia desde um problema leve de saúde na escola até algum tratamento hospitalar. Sempre presente e apoiando, assim como fez com muitas pessoas! É lindo sair nas ruas e receber pessoas externando até hoje seus agradecimentos pelo que ele fez. E assim como as histórias engraçadas as altruístas também permanecerão vivas, e com a certeza que as contarei para o meu filho! Este era o yanes”!

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