Flores nativas do RS ganham espaço nas estufas de produtores ivotienses

Geison Concencia

Ivoti – Egidio Finger, 72 anos, trabalha em sua propriedade cultivando diversos tipos de flores e plantas. A característica que o diferencia é que boa parte de suas mudas são nativas, não têm enxertos. Tudo que é cultivado, também, é proveniente de sua propriedade. A naturalidade faz com que ele tenha muitas variedades que se destacam por sua essência, de ter vindo do município.

São tantas plantas que ele cultiva que não sabe dizer ao certo quantas tem. Para irrigar tudo isso ele utiliza um sistema de cisterna que aproveita a água, sem desperdiçá-la. E todo esse capricho na hora de cuidar das plantas faz com que ele e a família se destaquem na região com suas culturas. Pessoas de Porto Alegre e Canoas que vão até a Finger Flores, na localidade de 48 Alta. Lá, as pessoas visitam, pois, com tantas plantas o local conta com um ambiente ímpar, repleto de verde e colorido das flores.

Ir até a propriedade é motivo para conhecer um pouco do trabalho dessa família. O lugar proporciona uma cena paradisíaca. Além da simpatia de Egidio e sua esposa Maria Sidonia Finger, 71 anos, tem uma praça para as crianças brincar e um amplo espaço de lazer.

Mas a propriedade não contempla apenas visitação, pois aqueles que se interessam por alguma muda podem adquiri-la. E existem muitas variedades, entre elas, suculentas, folhagens, plantas de jardins e o carro chefe da casa, a podocarpo, cujo nome popular é Pinheiro de Buda. Mas não fica apenas restrito a flores para jardins. Há também plantas frutíferas, como jabuticabeiras, pé de bergamota, entre outras. Mas todas, claro, nativas.

Feira das Flores

O sucesso foi aumentando a ponto de se tornar bastante conhecidos. Parte desta fama, veio por intermédio da Feira das Flores, evento tradicional do município. Com as exposições na feira, logo as pessoas o questionavam se, em sua propriedade, também havia as mesmas variedades de plantas. Com a confirmação de Egidio, elas aproveitavam para voltar a Ivoti e visitar suas estufas em outros momentos, além da feira.

Por falar em Feira, ele destaca que este ano as vendas foram muito boas e cresceu a demanda na floricultura. “O movimento no Núcleo estava excelente. Pessoas de diferentes regiões vieram na exposição e compraram nossas flores e mesas rústicas que fabricamos.

Marcenaria

Egidio tinha eucalipto em sua propriedade na Picada 48 Alta. Como trabalhava com flores resolveu fazer um trabalho voltado para objetos de jardinagem, como vasos e mesas rústicas de madeiras retirados de sua própria área de plantio de eucalipto ou árvores que caíram com raios. Ele mesmo faz as mesas e, com o tempo, viu sua habilidade com marcenaria ganhar frutos, tendo vendido muitos desses objetos.

Início da Atividade

O começo dessa história de cultivo de plantas nativas surgiu na infância de Egidio. Desde que tem lembranças, gosta de plantar flores. “Cresci plantando. Cultivei essa tradição com meus pais e mantenho até hoje essa tradição”, disse Egidio.

O tempo passou e o que era apenas hobby passou a ser uma atividade lucrativa. E foi em 1998 que começou a Finger Flores que completa 24 anos em 2022.

Amor pelo que faz

Egidio comenta que, aos 72 anos, ele e a esposa não pensam em parar. “O filho às vezes pede para diminuir o ritmo de trabalho, mas não conseguimos, pois gostamos de trabalhar com isso.” E tal afirmação se comprava pelo próprio local, com o ar puro da natureza e os pássaros cantando, resultado do excelente trabalho dos dois. Com esse ambiente natural é fácil compreender o porquê eles trabalham com afinco na Finger Flores.

Flor é que nem moda

Egidio e a esposa disseram que a tendência agora é a Pinheiro de Buda, uma planta destinada, principalmente, a decoração de cercas. As vendas desse gênero tiveram uma disparada nos últimos meses, segundo os produtores. Mas isso não é por muito tempo. Eles relatam que no passado uma planta que saía muito era a Costela de Adão.

A Pinheiro de Buda é uma planta que pode variar de tamanho. Sua altura fica a critério de seus donos que devêm podá-la uma vez ao ano.