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“Foi muito amado”, diz madrinha de bebê que morreu aos 7 meses em Novo Hamburgo
Colaborou Guilherme Sperafico
Novo Hamburgo – O sofrimento da família do menino de 7 meses, que morreu ontem em decorrência de uma parada cardíaca, passa além da perda precoce. Passa, também, pelo julgamento das pessoas.
Após a notícia da morte da criança, muitas especulações começaram a ser ventiladas, inclusive a de que o menino teria sofrido maus tratos.
A madrinha do bebê repudia todas as especulações. Ao Diário, no começo da tarde de hoje, ela afirmou que o menino “foi muito amado”. Disse ainda que sua comadre está sendo acusada injustamente pelas pessoas, especialmente nas redes sociais.
CRISES CONVULSIVAS
De acordo com o delegado Márcio Niederauer, em entrevista ao Diário na noite de ontem, o menino tinha alguns problemas de saúde desde o nascimento. Ele sofria com crises convulsivas, por exemplo.
Além disso, o delegado desmentiu a história de que a criança chegou com escoriações e cheia de hematomas pelo corpo, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Canudos. Ele tinha apenas um hematoma, que pode ser por conta de alguma queda ou batida.
Para o delegado, a imprensa precisa ter cuidado com o que publica sobre casos como esse, pois, podem incitar à população a interpretações equivocadas.
As especulações criadas em torno deste caso, geraram um clima de animosidade no bairro Canudos, e familiares da criança temem pela própria segurança. De acordo com o delegado, é preciso ter muito cuidado no compartilhamento de informações que possam criar um ambiente hostil, pois, as especulações podem não se confirmar.
A madrinha, em uma rede social, explicou que o sinal era resultado de uma batida no carrinho de bebê.
ABANDONADO PELOS PAIS BIOLÓGICOS
O menino, de acordo com o delegado, era criado por uma tia e não pelos pais. Foi a tia quem o levou à UPA, na tarde de ontem.
A criança era cuidada pela tia desde que os pais biológicos abandonaram o menino na casa da avó paterna. A avó, que não tinha condições de cuidar da criança, entregou à guarda a essa tia, que assumiu o papel de mãe.
Ao Diário, a madrinha do menino desabafou: “Ela foi a mãe que o (NOME DA CRIANÇA) não teve. Deu amor, carinho… uma família de verdade pra ele”, afirmou.
A madrinha continua: “sou dinda do (NOME DA CRIANÇA) e acompanhei o sofrimento dela (da comadre) pra cuidar dele. Sol e chuva correndo pro bem estar dele”, garantiu.
RELEMBRE O CASO
Uma criança de apenas sete meses morreu na manhã desta quinta-feira, em virtude de uma parada cardiorrespiratória. O menino foi trazido pela tia até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Canudos, já sem vida.
Segundo nota da assessoria de imprensa da Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo – FSNH, “a criança chegou em óbito, mesmo assim, seguindo a conduta médica, foram realizados todos os procedimentos para ressuscitação, porém sem sucesso”
Ainda segundo o FSNH, como a criança não tem histórico de doenças que poderiam provocar uma parada cardiorrespiratória, a Brigada Militar foi acionada para registro da ocorrência e o corpo será encaminhado ao IML, para apuração da causa do óbito.