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Alexandre Garcia: Fora de moda

05/03/2018 - 08h57min

Atualizada em 05/04/2018 - 14h20min

A economia está enfraquecendo a moda de falar mal do Temer. Agora é a constatação de que as pessoas já estão passando a comprar produtos mais caros no supermercado. Uma auxiliar administrativa, ouvida por O Globo disse que comprava carne moída e frango e agora já compra bife. Os produtos mais caros de alimentação tiveram alta de 17% nas vendas. Os de higiene e beleza mais sofisticados, venderam mais 28%; os melhores de limpeza tiveram as vendas aumentadas em 30%; os melhores azeites deixaram as prateleiras dos supermercados com mais rapidez: mais 17% nas vendas. Com a queda da inflação(que estava com dois algarismos e agora está abaixo de 3% ao ano) significou um ganho real de salários em 3,6%. Dois milhões de empregos já foram recuperados e os economistas esperam que a taxa de desemprego saia da dezena e volte para a unidade. O endividamento/inadimplência do consumidor vem caindo mês a mês.

Tem gente arriscando dizer que vivemos um segundo milagre econômico. Há dois anos, era a maior recessão da História; agora, a previsão de crescimento para o ano pode chegar a 3,5% do PIB. A indústria está retomando suas posições devagar, já que foi a que mais perdeu. A venda de carros novos em janeiro cresceu 23% em relação ao mesmo mês de 2017. E importante: vêm crescendo a produção de bens de capital, as importações e os investimentos estrangeiros de risco – tudo sinal de recuperação. Isso sem falar nos excelentes resultados superavitários do comércio exterior.

O que atrapalha é o déficit da Previdência; desequilíbrio e injustiça social no tamanho tão díspar das aposentadorias do setor público em relação aos demais brasileiros. Para cobrir o déficit, o governo federal se endivida de modo gigantesco. Dívida e déficit fazem desperdiçar com juros o dinheiro que poderia ser investido em serviços públicos, como Saúde, Educação e Segurança. Mesmo assim, com autorização do Congresso para o déficit chegar a 159 bilhões no ano passado, a equipe de Meirelles limitou o déficit de 2017 em 124 bilhões, enquanto a equipe de Goldfejn reduzia a inflação e os juros.

Gritar Fora Temer! já soa como alienação. Em geral quem grita não é o que quer Rodrigo Maia na presidência; é quem votou em Temer e aplaude o regime bolivariano. Um regime que afundou o país e faz com que milhares de venezuelanos famintos e doentes venham buscar abrigo no Brasil que emerge de um mergulho no caos econômico. O Brasil sobrevive a um regime parceiro de Maluf, Joesley, Eike, Odebrecht; que fazia clientelismo eleitoral com o bolsa-família e depois dava favores fiscais a capitalistas; seus operadores levaram muito dinheiro, como mostra a Lava-jato; governo de um partido que ainda hoje quer manter aposentadorias privilegiadas – e que se apresenta como esquerdista mas é fisiológico. E está fora de moda com o fora Temer.

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