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Gás e gasolina: empresários tentam driblar aumentos para não afetar clientes
Região – Na mesma semana, a Petrobras reajustou em 4% os valores do gás de cozinha convencional e da gasolina, nas refinarias. O aumento afeta tanto os pequenos consumidores domésticos como as empresas que trabalham em diversos segmentos. Entretanto, segundo as entidades que representam os distribuidores de gás de cozinha e gasolina, são estes revendedores que vão definir o preço final dos produtos.
Tentando não atingir o consumidor
Principais impactados pelo aumento nos preços de gás e gasolina, a classe empresarial da região luta para segurar o valor dos seus produtos aos clientes. A proprietária do restaurante Pepperoni, no Centro de Ivoti, Juliana de Almeida, afirma não fazer contensão de gastos, visto que a demanda não diminui, e também não impacta na conta paga pela clientela. “A gente aposta na qualidade e tenta segurar até onde der, porque eu não posso repassar o valor, senão corro o cliente”, destacou Juliana.
Segundo a empresária, o estabelecimento utiliza cerca de 196 kg de gás por semana, aumentando os gastos do restaurante. “Os itens mais caros nas despesas do Pepperoni são o gás de cozinha e a energia elétrica, e eles estão sempre aumentando”, finalizou a proprietária.
Já no ramo de distribuição e transportes, o aumento no preço da gasolina chega a representar cerca de R$ 3 mil nas despesas mensais da Distribuidora Marmitt, de acordo com o proprietário da empresa, Moacir Marmitt. “Os nossos custos aumentam bastante, mas esta época de final de ano é de grande demanda, isso ajuda. Assim conseguimos com que esse acréscimo na despesa não impacte tanto no consumidor e nas nossas contas”, finalizou Marmitt.
“Procurar o melhor preço”
De acordo com o presidente da Sulpetro, João Carlos Dal’Aqua, este aumento no valor da gasolina que sai das refinarias se dá, principalmente, pela alta do dólar, mas ressalta que o valor final, pago pelo consumidor, é definido pelos postos de combustíveis. “Estamos em um momento de elevação de custos. O valor aumentou no produto que sai das refinarias e o valor final quem define são os postos”, destacou Dal’Aqua.
O presidente da Sulpetro ainda alerta para um possível novo aumento no preço da gasolina. “Na virada do mês teremos uma correção no preço de pauta, o preço de referência do ICMS. Em cima desse reajuste de agora, o preço de pauta também é corrigido. Isso no mínimo pode impactar em mais alguns centavos no preço da gasolina”, finalizou João Carlos Dal’Aqua.
No gás de cozinha, de acordo com o presidente da Singasul, o sindicato estadual das distribuidoras do produto, Ronaldo Tonet, o reajuste também está ligado com a alta do dólar. Mas ele destaca que o consumidor deve estar atento ao preço do botijão nas distribuidoras para não ser tão impactado.
“Não existe mais tabelamento no preço. É importante ressaltar que o mercado é livre. Os revendedores podem ou não repassar este reajuste aos consumidores, que tem de procurar o melhor preço”, concluiu Tonet.