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Gosto pela lavoura aumenta entusiasmo de agricultor no trabalho em Dois Irmãos
“Desde criança a minha vida está envolvida na agricultura, e eu só tenho a agradecer”
Com o passar do tempo, a mudança de ritmo das pessoas é algo inevitável. Mas, para o agricultor Nicolau Backes, de 80 anos, morador do bairro Moinho Velho, em Dois Irmãos, a vontade de seguir em frente e não se acomodar, é forjada na tradição germânica: sentimento nobre do trabalho, do respeito e da gratidão.
O agricultor Backes, é fruto de uma família que construiu sua história com muito suor, deixando de herança importantes ensinamentos de vida.
“Nasci nesta casa e sou o filho mais novo de uma família de 14 irmãos. Hoje, somente eu e mais um irmão estamos vivos. Meu pai também se chamava Nicolau e a minha mãe Olga. No tempo da minha juventude lembro que tinha muita gente vivendo da agricultura, mas o trabalho difícil fez com que muitos deles procurassem uma vida melhor nas cidades. Porém, as coisas mudaram um pouco e, hoje, muitos daqueles filhos de agricultores antigos estão retornando às suas origens. É uma coisa que aprendi com meus pais: valorizar o que se tem.”
Vida construída na lavoura
A paisagem da cidade mudou em vários pontos e os anos de lavoura agora fortalecem o sentimento de amor à terra. O sorriso de Backes quando está trabalhando no cultivo, é um registro de todos os momentos felizes vividos na época da infância. É através do esforço e das mãos calejadas que o agricultor comprova seu verdadeiro valor, o que o leva a cultivar a gratidão pelas conquistas.
“Desde criança a minha vida está envolvida na agricultura, principalmente com o plantio de milho, aipim, cana-de-açúcar, feijão, aipim, nos cerca de 4 hectares que herdei de meus pais. Além, é claro, meu trabalho de tropeiro e de domador de mulas, exercido na mocidade. Meu pai sustentou a família e pagou a propriedade, que até hoje vivo nela, através do trabalho na lavoura, e eu só tenho a agradecer”, disse Backes.
Força que vem do trabalho
No contexto da vida do agricultor Nicolau, não está cogitado ser privado do seu desejo de trabalhar, pois construir a narrativa de sua vida, principalmente na lavoura, é o que realmente o motiva a viver.
“Hoje em dia faço tudo sozinho e com muito prazer, apenas para almoçar vou até a casa de meu irmão. Na parte da manhã e na parte da tarde, sou eu mesmo quem faz o café e a janta no fogão a lenha. Acordo diariamente às 5h, acendo o fogo no fogão e esquento o meu leite. Depois, trato as mulas e os porcos. Feito isso, volto à casa para tomar chimarrão até a hora de pegar a enxada e ir para a roça. A lavoura é a minha ”firma”, por isso retorno para casa ao escurecer. Essa rotina é diária, de domingo a domingo e nos feriados também. Além disso, preciso produzir a silagem e garantir o alimento dos animais da propriedade.”
A importância da agricultura
Os desafios cotidianos do agricultor, como seu trabalho impacta a vida das pessoas, leva à reflexão sobre a importância da produção de alimentos na era moderna. Cada novo amanhecer na roça, uma nova porteira se abre para o trabalho, os aprendizados e as boas ideias caminham em trilha em meio a felicidade e o orgulho de ser colono.
“Eu nunca casei, porém, tinha duas irmãs (já falecidas) que moravam comigo e me ajudavam na lida diária. Tínhamos porcos e vacas, as quais produziam leite para vendermos. Sempre tive vontade de saber tirar leite da vaca, mas nunca aprendi essa técnica. Então era eu quem as tratava e as minhas irmãs ordenhavam. Tínhamos e ainda tenho muitas atividades para realizar nessa área. Acredito que todo trabalho na agricultura é importante, em razão de ela garantir a alimentação de geração para geração”, finaliza Nicolau Backes.