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História da Vovó da Kombi será preservada em Morro Reuter

15/05/2018 - 20h21min

Atualizada em 16/05/2018 - 17h27min

Morro Reuter – Lembra da Vovó Julita Dilly, que vendia produtos coloniais e flores junto à BR-116 em uma Kombi? Ela faleceu no dia 19 de março deste ano, na véspera do aniversário de 26 anos do município, aos 94 anos, mas sua história será preservada. Durante mais de 50 anos, ela vendeu seus produtos coloniais perto do trevo e se tornou uma importante personagem para Morro Reuter. A artista plástica, Anelise Bredow, está trabalhando para manter viva a memória da Vovó Julita e por isso fez questão de levar a Kombi para o Arte na Praça, que aconteceu no início do mês de maio. Anelise conta que pretende dar continuidade à iniciativa. “Essa Kombi aqui na praça, com as coisas da Dona Julita, é uma maneira de homenageá-la e também de preservar a memória dela. Não estamos falando do valor comercial do veículo, mas sim do que ela representou para Morro Reuter”, destacou Anelise. A artista plástica também fez questão de destacar a importância em valorizar a cultura e a história do município, que encanta os visitantes, mas acaba não tendo o reconhecimento de muitos dos seus habitantes.

Anelise expôs seu trabalho ao lado da Kombi da Julita (foto: Rogério Savian)

Relembre da Vovó Julita
Aos 94 anos, Julita era exemplo de vitalidade e perseverança. Fazia questão de cuidar da horta durante a semana e aos domingos vender seus produtos na feira que fazia com sua Kombi na entrada da cidade. As mãos enrugadas e o olhar cansado não eram motivos para desistir do trabalho pesado de cuidar da sua plantação. Para se proteger do sol forte, ela usava seu chapéu de palha, companheiro inseparável na roça. Em uma de suas entrevistas ao Diário Julita contou que o trabalho na roça era um dos seus passatempos favoritos. “Não imaginava que um dia chegaria a essa idade com essa disposição para trabalhar. Mas sou muito feliz cuidando das minhas coisinhas e enquanto tiver forças quero continuar plantando e vendendo com a minha Kombi”, contou na época.

Com seu andar ligeiro, ela dividia o tempo entre as tarefas da casa e da lavoura em que cultivava cebola, couve, cenoura, milho, feijão, agrião, brócolis, temperos e flores de orquídeas e copos de leite. E era dali (junto da terra) que Julita tirava as respostas quando perguntada sobre a ‘receita’ para passar dos 90 anos com tanta disposição. “Eu acordo cedo já com o meu dia programado. Preciso trabalhar para me sentir bem. Me alimento com aquilo que produzo”. Na época Julita contou que a Kombi era uma maneira de preservar a memória do falecido marido que havia comprado o veículo também para fazer feira. A venda dos produtos era feita há mais de 50 anos. “Quando começamos a vender, eu, meu marido e meu filho não tínhamos essa Kombi. Era tudo feito com carro de boi. Depois as coisas foram melhorando aos poucos”, contou com muito orgulho.

 

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