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Homem que matou três pessoas da mesma família alega legítima defesa e diz que arma era da vítima

28/01/2020 - 22h46min

Porto Alegre – O homem suspeito de matar três pessoas de uma mesma família durante uma discussão de trânsito, no último domingo, se entregou à Polícia Civil na tarde desta segunda-feira (28). Dionatha Bitencourt Vidaletti, de 24 anos, chegou à DP na companhia de dois advogados.

De acordo com o o titular da 4ª DHPP, delegado Rodrigo Pohlmann Garcia, em entrevista coletiva, Dionatha admitiu que atirou e matou Rafael Zanetti Silva, 45 anos, Fabiana da Silveira Innocente Silva, 44 anos, e o filho do casal Gabriel da Silveira Innocente Silva, 20 anos.

Em depoimento, o assassino alegou que, ao alcançar o Aircross que colidiu na sua Ecosport, as vítimas teriam descido do veículo e passado a agredi-lo. Ele teria caído no chão e levado coronhadas com a arma que seria da família. Dionatha teria conseguido desarmar as vítimas jogar a pistola para longe. A mãe do atirador teria, então, pego a arma e disparado contra o chão.

Após as supostas agressões terem cessado, a família teria voltado a atacá-lo. Ele disse que teria conseguido se desvencilhar e se aproximado da mãe para pegar a arma, e que mandou ela entrar no carro para os dois irem embora. Ao entrar no veículo, o casal teria aberto a porta do carona e passado a agredir sua mãe. Ele teria, então saído do carro, contornado e efetuado os disparos. Ele afirmou que se desfez da arma e foi embora, mas a pistola 9 milímetros usada no crime ainda não foi encontrada.

A mãe de Dionatha Vidaletti, que não é investigada até o momento, também deve ser ouvida, assim como a irmã e o pai dele. A defesa do criminoso disse aos policiais que o último contato entre ele e a mãe teria ocorrido na data do crime.

Responsável pela investigação, o delegado Rodrigo Pohlmann afirma que o homem demonstra arrependimento. “É o depoimento de alguém que está transtornado com o que fez. Disse que queria proteger a mãe. Sempre que tocava no nome dela, chorava. Dizia que queria retirar a mãe daquele ambiente. Demonstra que se arrepende, que poderia ser resolvido de outra forma”.

De acordo com o delegado Pohlmann, o Vidaletti trouxe particularidades em seu depoimento, que precisarão ser confrontadas. Entre elas está a informação de que a pistola não seria dele e, sim, de uma das vítimas. “No primeiro depoimento que a gente tem, a testemunha em nenhum momento disse que a pistola estava com o motorista. Já há uma contrariedade. Vamos ouvir mais pessoas para desenhar como o fato ocorreu”.

Vidaletti deve ser indiciado por três homicídios duplamente qualificado, por motivo fútil e por impossibilidade de defesa das vítimas. Ele foi encaminhado ao sistema prisional.

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