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Hospital Nova Petrópolis busca ajuda para custear novo piso da enfermagem

25/08/2022 - 14h59min

Hospital Nova Petrópolis é referência para três municípios (Créd.: Dário Gonçalves/Arquivo)

Nova Petrópolis – Com a nova lei sancionada no dia 4 de agosto pelo presidente Jair Bolsonaro, o Piso Nacional da Enfermagem subiu. De acordo com o texto promulgado, a remuneração mínima prevê Piso Salarial de enfermeiras e enfermeiros fixado em R$ 4.750,00, o de técnicas e técnicos em R$ 3.325,00, e o de parteiras e auxiliares em R$ 2.375,00. Órgãos públicos deverão pagar os novos salários a partir de janeiro de 2023, porém, os privados devem arcar com o aumento desde já.

Com isso, o Hospital Nova Petrópolis (HNP), que também é referência para Picada Café e Linha Nova, teve um aumento de cerca de 30% em sua folha salarial, algo em torno de R$ 70 mil mensais segundo o diretor do hospital, Mateus Zucolotto. Em um ano, somando 13º salários e férias, os valores chegam perto de R$ 1 milhão, dinheiro que Zucolotto afirma não ter por parte do HNP.

Diretor do hospital, Mateus Zucolotto (Créd.: Divulgação)

Assembleia Geral

Uma semana após a lei ser aprovada, 223 dos 247 hospitais associados à rede de Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do RS estiveram reunidos em Assembleia Geral Extraordinária no dia 11 de agosto, em Porto Alegre, para tratar sobre o assunto. Segundo a federação a aplicação do novo piso implicará em quase R$ 950 milhões por ano. “Todos os dirigentes consideram justos o novo piso, o problema é que não temos esse dinheiro”, comenta Zucolotto.

Ainda conforme a Federação, sem a previsão de recursos, as 247 Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, responsáveis por mais de 70 das internações SUS e 80% dos atendimentos de Cardiologia SUS no Estado, entrarão em colapso financeiro, prejudicando a assistência à saúde da população. Sem poder pagar o aumento, será necessário diminuir as estruturas de leitos e profissionais.

Assim, a rede definiu que permanecerá em estado de Assembleia permanente e não pagará o novo piso enquanto se discute alternativas financeiras.

Diretores em busca de soluções (Créd.: Divulgação)

Pedido de ajuda ao Estado

Logo após a Assembleia, mais de 60 dirigentes hospitalares foram recebidos pelo Chefe da Casa Civil, Artur Lemos e pela Secretária Estadual de Saúde, Arita Bergmann, onde entregaram o documento oficial das Instituições. Na ocasião, foi criado um Grupo de Trabalho que irá envolver outras Entidades, buscando soluções para o enfrentamento da crise, que poderá resultar em paralisações ou suspensões de atendimentos. A comitiva também foi recebida na Assembleia Legislativa do Estado, que recebeu o documento da Federação.

O próximo passo é a participação do Congresso Nacional da CMB, com a entrega do documento do Rio Grande do Sul e buscando mobilização nacional, tendo em vista que os recursos extras para o cumprimento do novo piso deveriam ter sido apresentados pelo Executivo/Legislativo Federal.

Pedido de ajuda às Prefeituras

Zucolotto contou também que a diretoria do Hospital Nova Petrópolis está fazendo reuniões com os Poderes Públicos de Nova Petrópolis, Picada Café e Linha Nova. “Estamos explicando que, no momento, não temos mais recursos para pagar. Por isso, estamos buscando com as prefeituras estes recursos”.

O secretário de Saúde de Nova Petrópolis e vice-prefeito, Martim Wismann, disse que recebeu esta solicitação e que ela está sendo analisada.

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