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IBGE: mulheres ganham menos que homens mesmo sendo maioria com ensino superior

07/03/2018 - 17h06min

As mulheres têm remuneração menor do que a dos homens, mesmo estando em número maior entre as pessoas com ensino superior completo. A constatação é feita pelo estudo Estatísticas de Gênero: Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, divulgado nesta quarta-feira (7), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Ao tomar por base a população de 25 anos ou mais de idade com ensino superior completo em 2016, as mulheres somam 23,5%, e os homens, 20,7%. Já em relação ao rendimento habitual médio mensal de todos os trabalhos e razão de rendimentos, por sexo, entre 2012 e 2016, as mulheres ganham, em média, 76,5% do rendimento dos homens.

Um dos fatores, apontados pelo levantamento, como justificativa para os números de desigualdade é que em 2016, as mulheres dedicavam, em média, 18 horas semanais a cuidados de pessoas ou afazeres domésticos, 73% a mais do que os homens (10,5 horas).

“Em função da carga de afazeres e cuidados, muitas mulheres se sentem compelidas a buscar ocupações que precisam de uma jornada de trabalho mais flexível”, explicou a coordenadora de População e Indicadores Sociais do IBGE, Bárbara Cobo, complementando que “mesmo com trabalhos em tempo parcial, a mulher ainda trabalha mais. Combinando-se as horas de trabalhos remunerados com as de cuidados e afazeres, a mulher trabalha, em média, 54,4 horas semanais, contra 51,4 dos homens”.

A pesquisa aponta que apesar da diferença entre os rendimentos de homens e mulheres ter diminuído nos últimos anos, em 2016 elas ainda recebiam o equivalente a 76,5% dos rendimentos dos homens.

Um exemplo é que apenas 37,8% dos cargos gerenciais eram ocupados por mulheres. Na categoria de ocupação com nível superior completo ou maior, a diferença era ainda mais evidente: as mulheres recebiam 63,4% do rendimento dos homens em 2016.

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