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Indícios de negligência: médico que atendeu Sara jogou recomendações no lixo

06/07/2018 - 10h50min

Atualizada em 10/07/2018 - 10h57min

Estância Velha – A morte da estudante Sara Amaral, 23 anos, abriu a discussão sobre a conduta médica dentro do Hospital Municipal Getúlio Vargas. De acordo com a família, no atendimento que a moça recebeu no posto do Rincão dos Ilhéus, a médica escreveu uma carta exigindo internação imediata e apontando todas as alterações nos exames.

Entretanto, ao chegar no hospital, as recomendações foram ignoradas. De acordo com a irmã, Ana Amaral, o médico pediu uma segunda opinião e afirmou “não haver necessidade de internação”, colocando Sara em observação. Após a morte da jovem, a carta escrita pela médica do posto sumiu. Familiares exigiram que ela fosse encontrada e, após a procura, o documento foi localizado em uma lixeira no pátio do hospital, amassado e pronto para ser recolhido. A situação gerou a suspeita de que os funcionários tentaram se livrar da prova. As informações são o primeiro pronunciamento oficial da família sobre a situação.

Sara começou sua peregrinação em busca de atendimento na terça-feira, 23 de junho, com dores na garganta e febre. Foram quatro atendimentos realizados no Hospital Municipal Getúlio Vargas até a segunda-feira, 2 e, somente no último, foram pedidos exames. A estudante de economia morreu na madrugada de terça-feira, 3. De acordo com os familiares, o médico achava que a causa poderia ser um aneurisma pulmonar, porém não havia confirmação. No entanto foi essa informação que o mesmo profissional mencionou na certidão de óbito. Fontes afirmam que a causa real pode ter sido Gripe H1N1 ou Dengue Hemorrágica.

Questionado sobre a conduta do hospital, o secretário Mauri Martinelli afirmou que não poderia se manifestar, por não ter informações sobre a situação. Perguntado sobre a falta de exames, ele afirmou tratar-se de conduta médica e que, se o médico não concluiu necessários os exame, então esse foi o motivo de não terem feito.

A família de Sara pediu a exumação do corpo da estudante e a solicitação foi feita pela Polícia Civil a pedido da família e atendida pelo Ministério Público. A causa da morte deverá ser determinada a partir da necrópsia e a possibilidade de Gripe H1N1 ou Dengue Hemorrágica poderá ser constatada.

 

 

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