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IVOTI: “O câncer não é o fim. Não é uma sentença de morte”

14/10/2022 - 11h19min

OUTUBRO ROSA

ARTETERAPIA AJUDA MULHERES A ENFRENTAR A DOENÇA

ANA LUISA DA FONSECA

 

Atualmente, diferentes alternativas fazem com que as mulheres encarem o câncer de maneira mais leve. Um destes exemplos é o projeto “Arteterapia”, coordenado pela professora Andréa Schneck.

Os encontros acontecem nas segundas-feiras, das 9h30 às 11h, no espaço Arte & Saber Espaço de Ser, localizado na rua Duque de Caxias, esquina com a rua Jacob Schneck.

O projeto iniciou em 2019, pensando em uma proposta para um grupo de pacientes da Liga Feminina de Combate ao Câncer. No início, as aulas eram ministradas no espaço ofertado pela entidade, mas logo notou-se a necessidade de um ambiente maior, para que pudessem receber mais mulheres. Em 2020, mesmo com a Pandemia, o grupo continuou se reunindo de forma online. “Nem a pandemia impediu que continuássemos com esse lindo projeto para ajudar as mulheres neste processo da cura.” enfatiza Andréa.

ARTETERAPIA

Andréa explica que a arteterapia tem o intuito de trabalhar de maneira livre, deixando fluir a inspiração e colocando no papel tudo o que a paciente estiver sentindo. “De certa maneira, externar seus sentimentos, trazer pra fora suas angústias e se livrar do que faz mal em forma de arte, possibilita que a pessoa tenha um encontro consigo mesma”, relata.

A professora enfatiza a importância deste tipo de terapia na vida das mulheres. “O processo do câncer não é uma coisa tão simples, porque é doloroso e, de alguma maneira, necessita de um ‘escape’ para os sentimentos ruins não tomarem conta e levarem as pessoas a uma depressão profunda”, enfatiza Andréa.

POR QUE COMIGO?

O câncer passa por vários estágios, entre eles a negação com o “por que comigo?”. “A pessoa fica focada na cura do problema com medicação e esquece que a cura espiritual também é importante. É preciso entrar em sintonia consigo mesmo e ter um autoconhecimento”, opina Andréa.

A ideia da arteterapia é deixar o trabalho realizado pelas alunas de forma livre, de acordo com o sentimento que elas estão vivendo naquele momento, olhando para tudo que foi feito e se enxergando naquele trabalho.

Emocionada, uma das alunas, Carla de Oliveira, relembra os momentos possibilitados pela arteterapia, como um impulso para superar a doença: “O câncer não é o fim. Não é uma sentença de morte”, afirma.

 

DEPOIMENTOS

MARISA

“Em 2016 descobri o câncer, fiz quimioterapia, radioterapia, mastectomia e eu estou no processo de reconstrução. O projeto é maravilhoso porque além da ajuda mútua nós estamos nos reinventando, nos transformando, e deixando florescer, inclusive, as coisas ruins. Junto com a arteterapia acabamos descobrindo muitas situações que estavam encobertas e colocando no papel os sentimentos ruins. É uma constante busca pela cura.”

Marisa, 56 anos, casada, mãe de dois filhos.

 

CATARINA

“Descobri meu câncer em 2009, tirei o nódulo, fiz radioterapia, me tratei por cinco anos, e em 2019 a doença voltou. Fiz mastectomia, quimioterapia e sigo em tratamento. A arteterapia foi o que me ajudou, em outras palavras, “me tirou do fundo do poço”. Esse trabalho pra mim é maravilhoso, precisamos de uma ocupação, pois estando somente em casa, acabamos entrando numa depressão que só piora, nos consome de dentro para fora.”

Catarina, 54 anos, casada, mãe de dois filhos.

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