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Janeiro foi um dos menos chuvosos e mais quentes dos últimos 38 anos

07/02/2023 - 17h07min

Atualizada em 07/02/2023 - 17h22min

Pedreiro Gabriel Ernandes, de 18 anos, trabalhando numa obra em Ivoti (FOTO: Geison Machado Concencia)

Por Geison Machado Concencia

O primeiro mês do ano fechou com média abaixo do esperado para a época, com 63,2 mm, tendo em vista que a média histórica acumulada é de 147 mm para janeiro. Ou seja, o Rio Grande do Sul registrou 43 % desse valor total. O último ano que ficou perto desse patamar, foi em 2008, em que foram 62,9 mm de chuva. Seguido de 1991 com 61,1 mm, 1985 com 55,8 mm e de 2005, com 50 mm. Foi o quinto janeiro mais seco em 39 anos.

Aliado a pouca chuva, o calor é outra condição que preocupa e gera problemas. Análises mostram que as altas temperaturas atingiram uma média histórica na região. Campo Bom, por exemplo, teve 29 dias de calor que passaram os 30° C, dos 31. A maior temperatura registrada no Município foi de 39,4° C. Segundo especialistas, desde 1984, quando começaram a estudar a temperatura em Campo Bom, não teve tantos dias com um clima tão quente.

A média de temperatura de janeiro deste ano terminou em 25,8° C, considerando-se as mínimas e máximas. O número ultrapassa 2003 e 2013, quando foram marcados 25,1° C e 23,5° C, respectivamente.

O calor acima da média do mês de janeiro de 2023 se deve ao tempo seco e pouca chuva, o que pode ter contribuído para a situação escaldante.

Fevereiro

O segundo mês teve cerca de 34 mm de chuva registradas no Centro de Ivoti, no pluviômetro do Jornal O Diário da Encosta da Serra. Na primeira semana, as temperaturas estavam mais baixas para fevereiro. Um sistema de baixa pressão na costa trouxe temporais.

Porém, as próximas semanas esse cenário muda. A quantidade de precipitação para o Estado é tão pouca que será insuficiente para acabar com a longa estiagem. Apenas alguns setores serão beneficiados, como Norte e Leste.

E para quem trabalha exposto ao sol

Há profissões em que o nível de exposição ao sol é grande, como trabalhadores da construção civil, coletores, jardineiros, agricultores entre tantas outras. Para amenizar o impacto, cada um desses profissionais adota uma técnica diferente para não ser prejudicado pelo longo período de radiação solar.

Na hora que o sol “pega para rachar”, o jeito é usar protetor solar, chapéu, boné e, claro, beber muita água.

O coletor domiciliar da empresa Junges, Josivaldo Moura da Silva, comentou que no verão usa todos o EPI’S necessários, inclusive, protetor solar, óculos, boné, luvas e calçados apropriados, a fim de amenizar os efeitos da longa exposição solar.

Mas, há aqueles que não se intimidam tanto pelo calor. Um desses casos e do Venezuelano Gabriel Ramos Ernandes, de 18 anos. Ele ressalta que em sua terra de origem, havia uma grande extração de petróleo e que o calor era intenso. Alguns de seus colegas de obra lembram que Gabriel já chegou a trabalhar de casaco, no verão, enquanto os outros estavam de camisa.

Enquete

Opinião dos trabalhadores

 

Carteira, Angela Cristina Vogt, 46 anos.

 

“Tenho 19 anos de profissão. Comecei em Novo Hamburgo e há cinco anos estou em Ivoti. Posso dizer que gosto mais do inverno. No verão sofremos um pouco mais. Parece que o organismo não responde da mesma maneira. No frio a gente consegue trabalhar mais”.

 

 

Coletor domiciliar, Josivaldo Moura da Silva, 23 anos

“Nesse calor não dá para trabalhar sem protetor solar e beber muita água, porque se você se descuida, pode acabar desidratando. Sempre trabalho com todos os EPI’S que a empresa fornece. Mas, modo geral, não reclamo do calor. Tenho saúde, isso já me basta”.

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