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Japão retira trabalhadores da usina de Fukushima após tsunami e revive temor de tragédia de 2011

30/07/2025 - 06h43min

Fortes ondas perto da usina de Fukushima, no Japão. — Foto: Reprodução/Redes Sociais

O Japão retirou nesta quarta-feira (30) todos os trabalhadores da usina nuclear de Fukushima como medida de precaução após alertas de tsunami serem disparados em todo o país. A retirada foi confirmada pela Tokyo Electric Power Company, que administra a unidade. A empresa informou que a evacuação foi realizada “para garantir segurança absoluta”. Não há relatos de feridos até o momento.

A medida resgata memórias amargas do tsunami de 2011, quando ondas de até 45 metros invadiram a usina e causaram o colapso de três dos seis reatores nucleares. À época, uma falha nos geradores de emergência impediu o resfriamento do sistema, provocando derretimento de núcleos e a liberação de material radioativo no ar, na água e no solo. Foi o pior desastre nuclear desde Tchernóbil, em 1986.

Terremoto na Rússia desencadeia alerta global

O episódio atual foi provocado por um terremoto de magnitude 8,8 registrado na costa leste da Rússia, o mais forte no mundo desde o tremor de 2011 no Japão. O abalo gerou tsunamis que afetaram diretamente a costa japonesa e outras regiões do Pacífico. Quase dois milhões de pessoas no Japão foram orientadas a deixar suas casas.

A Agência de Gerenciamento de Incêndios e Desastres do Japão emitiu alertas para mais de 100 municípios ao longo da costa do Pacífico, de Hokkaido a Okinawa. Sirenes soaram em diversas cidades, e serviços de trem, balsas e aeroportos foram temporariamente suspensos.

Do outro lado do oceano, o Havaí também esvaziou zonas de risco, e alertas se estenderam para a Costa Oeste dos Estados Unidos, incluindo Oregon, Washington, Alasca e São Francisco. O ex-presidente Donald Trump usou as redes sociais para informar que o alerta estava mantido para toda a região.

Efeitos também atingem América do Sul e Ásia

Países como China, Canadá, México, Chile, Filipinas, Indonésia, Peru e Equador também emitiram alertas preventivos de tsunami. O Equador prevê ondas de até 1,5 metro nas Ilhas Galápagos, enquanto a Marinha do Peru acompanha a situação.

Na Rússia, o tsunami provocado pelo tremor atingiu a cidade de Severo-Kurilsk, nas Ilhas Curilas. Segundo o Ministério de Emergências russo, cerca de dois mil moradores foram evacuados após a inundação de parte da cidade. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram prédios submersos e barcos arrastados pelas ondas.

A agência estatal TASS informou que o distrito decretou estado de emergência. Mais de 300 pessoas foram retiradas do porto, e houve registro de feridos, nenhum com gravidade.

Círculo de Fogo do Pacífico em alerta

A região afetada está localizada no Círculo de Fogo do Pacífico, zona que concentra a maior atividade sísmica e vulcânica do planeta. Especialistas reforçam que áreas dentro desse cinturão estão constantemente sob risco de terremotos e tsunamis — como já evidenciado em 2011 e agora, novamente, em 2025.

O cenário segue sendo monitorado por autoridades internacionais, com atenção especial à estabilidade de usinas nucleares e zonas urbanas costeiras de alta densidade populacional.


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