Julgamento de marido acusado de matar catequista está marcado em Estância Velha

Um dos casos de maior repercussão e que mais causaram comoção na comunidade da região está cada vez mais perto de, finalmente, após 7 anos, ter um desfecho. O julgamento de Cesar Velho, acusado de assassinar brutalmente sua esposa, Elaine Maria Tretto, em 2017, está marcado para o dia 24 de outubro deste ano.

Velho, atualmente com 60 anos, está preso no Amazonas desde outubro de 2022, quando foi capturado pela Polícia Civil local enquanto tentava emitir uma carteira de identidade falsa. Na ocasião, ele apresentou documentos sob o nome de Celso Bernardo de Oliveira, mas a fraude foi descoberta por um policial civil que desconfiou das inconsistências nas informações.

A 1ª Vara Criminal do Fórum de Estância Velha solicitou a transferência de Cesar Velho para o Rio Grande do Sul, onde ocorrerá o julgamento. Conforme o promotor de Justiça do Ministério Público (MPRS) de Estância Velha, Bruno Amorim Carpes, a Polícia Penal é responsável por providenciar a transferência do réu para que ele esteja presente no tribunal.

Ainda conforme o promotor, a denúncia realizada pelo MPRS foi integralmente aceita pela Justiça. “A acusação mantém-se a mesma desde o início. O Poder Judiciário manteve todas as qualificadoras para o júri”, destacou o promotor.

Após ser capturado, o processo contra Velho, que estava paralisado durante os cinco anos em que ele esteve foragido, foi retomado. Na ocasião, a prisão trouxe alívio e esperança para os familiares e amigos de Elaine, que aguardam justiça há mais de seis anos.

RELEMBRE O CASO

No dia 31 de agosto de 2017, por volta das 19 horas, Cesar Luís Velho entrou na Paróquia Nova Estância, onde sua esposa Elaine Maria Tretto, de 55 anos, ministrava uma aula de catequese. Ele possuía uma cópia da chave do local, o que facilitou seu acesso sem ser percebido. Armado, ele surpreendeu Elaine e os alunos, amarrando e amordaçando as crianças antes de voltar sua atenção para a esposa.

Cesar vendou os olhos de Elaine, amordaçou-a e atou seus punhos com anilhas plásticas. Em seguida, arrastou a mulher até o banheiro da paróquia, onde a espancou brutalmente com inúmeros golpes no rosto, tórax e membros. A violência culminou na asfixia de Elaine, quando Cesar utilizou um laço de corda para estrangular a vítima.

As investigações da Polícia Civil de Estância Velha logo apontaram Velho como o principal suspeito do crime. Segundo os investigadores, Elaine havia manifestado o desejo de se divorciar, e Cesar, temendo a partilha do patrimônio comum do casal, decidiu assassiná-la de maneira cruel e premeditada.

O caso mobilizou a comunidade local e gerou grande comoção, especialmente entre os alunos de catequese e frequentadores da paróquia. A captura de Velho no Amazonas ocorreu apenas cinco anos após o crime.