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Justiça manda soltar familiares de Dudu do Vale Verde

23/06/2022 - 15h05min

Atualizada em 23/06/2022 - 17h40min

Dudu tinha 24 anos (Créd.: Redes Sociais)

Nova Petrópolis – Os pais, a esposa e um amigo de Eduardo Delvalle, o Dudu do Vale Verde, foram soltos no início desta semana após terem sido presos no dia 15 de junho durante as investigações da Polícia Civil sobre o homicídio de Raquiel Sartori, o Chavinho, na noite do dia 14.

O pai de Dudu, de 54 anos, havia sido preso em flagrante por tráfico de drogas e foi solto nesta segunda-feira, 20, tendo sua prisão preventiva convertida em medidas cautelares. Já os demais tinham sido presos temporariamente por suspeitas no envolvimento da execução de Chavinho e receberam a liberdade na terça-feira, 21, pois, segundo o desembargador, as prisões não obedeciam os requisitos legais. Todos os presos foram soltos por liminares no Tribunal de Justiça.

Tráfico de drogas

Sobre a prisão por tráfico do pai de Dudu, o auto de prisão em flagrante homologado pelo juiz Dr. Franklin de Oliveira Netto dizia que o preso sabia do envolvimento do filho com o tráfico de drogas e com a facção Os Manos, e que era conivente com isso, “provavelmente, por gozar das vantagens do lucro fácil obtido com a venda de drogas”. Netto disse ainda que o pai poderia assumir o lugar de Dudu no tráfico, por vontade própria ou a mando da facção, e por isso sua prisão era necessária.

No entanto, seu advogado alegou que as drogas encontradas na varanda da residência não poderiam ser comprovadas que eram deles. Afinal, tanto sua residência, quanto a que Dudu vivia com a esposa, ficam no mesmo pátio e, portanto, poderiam ter sido colocadas lá pelo próprio filho ou qualquer outra pessoa. “O fato de o filho possuir envolvimento com o comércio ilícito de drogas não é capaz de vinculá-lo com a droga apreendida, o que somente se poderá concluir, com exatidão, ao longo da instrução criminal”.

Habeas Corpus

De acordo com os documentos obtidos pel’O Diário sobre os Habeas Corpus da mãe e da esposa de Dudu, a defesa alega que as duas são rés primárias e que não há indícios de que elas teriam ameaçado Chavinho ou demonstrado sinais de vingança. Além disso a mulher de Dudu possui duas crianças pequenas, filhas do casal.

A liberdade foi concedida por, segundo a Justiça, não fazer jus à prisão temporária a que foram submetidas, uma vez que ambas estando soltas não prejudicariam as investigações policiais. A defesa também diz que tais diligências policiais já poderiam ter sido feitas e não foram explicadas quais seriam para justificar a manutenção da prisão das suspeitas.

Ameaças

As autoridades policiais disseram que houve sim ameaças à Chavinho e que a própria esposa de Dudu teria demonstrada sentimento de vingança contra o dono do bar durante seu depoimento à Polícia Civil. Conforme o documento, mãe e esposa teriam pedido aos policiais acesso às imagens que gravaram a briga que vitimou Dudu.

Como lhes foram negadas, elas foram até o bar exigir a Chavinho, por meio de ameaças, as filmagens. Elas ainda teriam dito que o proprietário era culpado por não intervir e impedir que Dudu fosse atingido pelo golpe de faca que o matou.

Segundo as investigações, tanto as duas como o amigo de Dudu podem ter fornecido as informações à facção sobre Chavinho para que ele fosse executado e, como o homicídio do rapaz foi praticado por um terceiro, novas retaliações podem acontecer como forma de fazer “justiça com as próprias mãos”.

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