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Lelo diz que base do asfalto era feita pela mesma empresa que fazia a pavimentação
Rua dos Imigrantes está asfaltada há cerca de cinco anos e já apresenta inúmeros buracos
GIAN WAGNER BAUM
Nova Petrópolis – O ex-prefeito Regis Hahn (Lelo) afirma que, diferente do que foi dito pela Prefeitura, a base do asfalto da rua dos Imigrantes, na Linha Olinda, foi executada pela mesma empresa responsável pela pavimentação. “A gente só fazia a base nas pavimentações comunitárias, quando é licitação assim é a empresa que faz tudo”, explica o ex-prefeito que estava à frente da Prefeitura quando a obra foi projetada e executada.
A informação vai contra a que a Prefeitura tem e trabalha, que é de que a base teria sido feita pela própria Prefeitura e este seria o motivo da empresa alegar não ser responsável pelos danos. O asfalto ainda estava na garantia quando a Prefeitura foi atrás da empresa para falar dos danos e, após a resposta dos executores do serviço, firmou-se o acordo de que a Prefeitura faria a obra de recuperação da base nos buracos. “A solução vista na foto é uma “meia sola” com vida curta, mas melhor que o restante”, explica Jorge Gewehr, profissional do asfalto que trabalhou por muito tempo na Incopel.
TRECHO NÃO É DO FINISA – A pavimentação aconteceu em três etapas. A que está apresentando maiores problemas é a primeira, iniciada ainda em 2018 e que teve obras paradas por um período. Esse trecho foi executado em parceria entre Prefeitura e Daer e fica na segunda metade da estrada, indo em direção a Linha Nova. O trecho do Finisa (o famoso empréstimo de R$ 14 milhões) foi feito depois, e é o asfalto que fica entre a divisa com Vila Olinda e as proximidades do cemitério. O trecho próximo ao cemitério, de cerca de meio quilômetro, foi pavimentado com recurso de emenda parlamentar.
Rua recebeu reparos meses depois do asfalto concluído
Ainda em 2019, poucos meses depois de concluir a primeira etapa da pavimentação, o asfalto já precisou ser reparado. Em notícia publicada no final de abril de 2019 foi noticiado que máquinas e caminhões da prefeitura estiveram na parte onde havia o asfalto para realizar alguns reparos no local.
O problema dos asfaltos nas cidades da região
O assunto repercutiu em toda região e mostra um problema enfrentado por muitos municípios: ‘asfaltos eleitoreiros’. Quem explica o fenômeno é Jorge Gewehr, que trabalhou na Incopel, e tem domínio sobre o assunto. “Como em muitos locais, a rocha está muito próxima e cria uma espécie de turfa (terra preta úmida) que tem que ser removida e aplicar uma camada de rachão”, explica Jorge. Ele diz ainda que no local onde está sendo feito o reparo em Nova Petrópolis está sendo usada a brita imprópria. “Na imagem [de Vila Olinda] estão aplicando uma brita 3, imprópria. E sobre o rachão, tem que ter uma brita graduada que deverá ser compactada com este rolo compressor”, conta. “Só que entre o início do rachão até o final da brita graduada compactada, precisa ser no mínimo de 50 centímetros de espessura e aí a aplicação final de 7 centímetro de Asfalto Betuminoso a 130°C. A Brita Graduada tem que ser feita em Usina de Solos com 25% de brita 2; 12,5% de brita 0; 17,5% de brita 1 e 45% de pó de brita, conforme especificações do DNIT. O DAER utiliza 50% de pó, Coisa que não se vê nas obras serranas”.
Pedido de roçada
Os moradores também estão reclamando da falta de roçada no acostamento por toda Rua dos Imigrantes. O mato toma conta das laterais da via, tornando difícil o tráfego de pedestres. “Agora que tá mais movimentado fica ´mais perigoso porque no acostamento tem mato e a gente precisa andar no asfalto”, conta um morador, leitor do Diário.