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Livro A Filha do Reich leva leitor para uma viagem a Nova Petrópolis
Nova Petrópolis – Quando Hugo Seemann se vê obrigado a viajar à Nova Petrópolis para tratar do funeral do pai, Olaf, com quem não tinha uma relação familiar próxima, o escritor Paulo Stucchi coloca o protagonista d’A Filha do Reich e o leitor de seu quarto romance no passeio na Serra Gaúcha.
Confira no final do post a entrevista com Paulo Stucchi
O livro do paulista do interior de São Paulo coloca Nova Petrópolis no cenário de seu livro, lançado neste ano. Na obra, quando o protagonista Hugo retorna à Nova Petrópolis no Natal de 2006, cidade na qual seu pai Olaf escolheu para viver até o final da vida. O livro também tem como cenário a Alemanha Nazista, pois conta paralelo a história de Hugo, a história de Olaf, que foi soldado do Exército Nazista, o que ajudou a construir a personalidade do alemão que migrou para o Brasil após a guerra.
NOVA PETRÓPOLIS – O autor conta que a ligação com Nova Petrópolis se deu pelo contexto histórico. “Essa região tem uma forte influência da imigração alemã”, conta. Além disso, Paulo é visitante assíduo da Serra Gaúcha. “Adoro a cidade, já devo ter visitado umas dez vezes e vou sempre que posso”, disse. “Também foi uma forma de homenagear essa cidade que eu gosto muito e a comunidade que sempre me acolheu muito bem em minhas visitas”.
No livro, Nova Petrópolis é cenário fiel. Quando o protagonista chega a cidade, já fala de uma passagem pelo Labirinto Verde seguido de uma nota de rodapé contando que o labirinto é real e atrativo turístico de Nova Petrópolis. O velório fictício de Olaf Seemann também ocorre em um local real, a Igreja Católica São José Operário. Paulo também cuidou para usar nomes que são populares na região, como o sobrenome Weber de um dos personagens com quem Hugo interage na história. “Já peço desculpas de antemão caso tenha cometido alguma gafe”, diz o autor ao explicar que usou seu conhecimento em Nova Petrópolis e também no Rio Grande do Sul pra tentar se aproximar do sotaque gaúcho específico da Serra. “É uma região que tem um sotaque forte do alemão desde a época dos imigrantes”, disse.
Ninguém é totalmente bom ou ruim
Em suas mais de 400 páginas, o escritor, jornalista e psicanalista procura passar a mensagem de que todas as pessoas têm motivos para ser como elas são. Na história, a relação difícil de Hugo com o pai Olaf fica estampada já nas primeiras páginas. A viagem a Nova Petrópolis, indo mais além no decorrer do livro para a Alemanha, onde também tem passagens pelo período nazista do país, busca mostra a Hugo os motivos da distância do pai em relação aos acontecimentos e os traumas adquiridos na guerra. Mesmo sendo uma ficção que “brinca também com o ocultismo que era algo que interessava os nazistas”, nas palavras do escritor, a obra tem muito da história e uma versão de quem esteve do outro lado da guerra, mesmo sem saber totalmente o que estava acontecendo ou se era correto estar lá naquele momento.
ESTANDE NO RIO
No dia 7 de setembro, Paulo Stucchi estará na Bienal do Livro no Rio de Janeiro no estande do Grupo Editorial Pensamento, que publicou a obra através da Editora Jangada. Haverá bate-papo e sessão de autógrafos.