Livro inédito que fala sobre a Ivoti colonial será lançado amanhã

Neste sábado, 22, acontece o lançamento do livro Viagens pela América do Sul, às 9h30, no Museu Histórico Visconde de São Leopoldo. A obra trata de relatos sobre viagens do embaixador suíço Johann Jakob von Tschudi.

O escritor deixou como legado importantes relatos sobre a América do Sul e sobre o Brasil em particular, incluindo Ivoti. No presente volume, o quarto de suas Viagens, temos valiosas informações sobre suas incursões ao Rio Grande do Sul, com relatos sobre a Colônia Alemã de São Leopoldo. O lugar já tinha quarenta anos de instalação e o percurso se estendeu também por Dois Irmãos e Nova Petrópolis. A coordenação do livro é do historiador e professor Martin Norberto Dreher.

Também referentes a Rio Grande, Pelotas, Porto Alegre, Vale do Rio Pardo com Santa Cruz, Agudo e Rio Pardo, além de louvores a Teutônia que estava sendo instalada. Minuciosos relatos sobre contatos com seres humanos, botânica, geologia e fauna enriquecem os relatos. Esses últimos vão a detalhes aprofundados quando visita Sorocaba com seu mercado de gado, muares e asininos e a Fundição de Ipanema.

Há assuntos preciosos quando ele relata o que acontece ao longo da costa brasileira. Como segue para o Uruguai e aos então Estados do Prata (Argentina), pôde comparar o Prata com o Brasil. Trata-se de fonte inesgotável e auxilia-nos a entender o Brasil a caminho do bicentenário da imigração (1824-2024).

Relatos sobre Bom Jardim

O embaixador relata em seus textos sobre a passagem por Estância Velha até Ivoti, na época conhecida por Picada Bom Jardim. “Antes de alcançá-la passamos pela Estância, longa terra de pastagem, e por colônias da Costa da Serra. Uma das primeiras propriedades pertence a um certo Wilk. Ele levou-nos até a moradia ante a qual fizemos uma breve parada para olhar o moinho e o descascador do proprietário. Dali seguimos em estrada muito boa e falamos com diversos colonos, entre outros com Christian Müller e Jakob Müller, os quais se especializaram no cultivo de videiras.
Após havermos permanecido alguns instantes com Rösner, o proprietário de um dos mais importantes comércios de miudezas e tecidos, chegamos ao vale designado de Teufelsloch (Buraco do Diabo), à casa de N. Blauth. A caminho dali, cruzamos com diversas carroças de cinco juntas carregadas com feijão, milho, etc. Blauth é proprietário de uma respeitável loja, na qual se desenvolvem significativo comércio e troca de produtos”.